Folha de S. Paulo


Com excesso de lixo, coleta atrasa em Ribeirão Preto

A suspensão da coleta de lixo nos últimos dias em pelo menos dez bairros de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) resultou em excesso de trabalho aos coletores devido à quantidade de sacos acumulados na cidade.

Nesta sexta-feira (5), a situação já estava normalizada na maior parte da cidade, mas a coleta atrasou devido à grande quantidade de lixo.

No bairro Lagoinha, na zona leste de Ribeirão, pilhas de saco se acumulavam nas calçadas à tarde.

O caminhão da coleta passou apenas por volta das 15 horas. Normalmente, o serviço é feito no início da manhã.

Edson Silva/Folhapress
Lixo acumulado em rua do bairro Lagoinha, em Ribeirão
Lixo acumulado em rua do bairro Lagoinha, em Ribeirão

"Tem muita coisa para recolher, atrasou o serviço hoje", disse um dos coletores ouvidos pela Folha.

Nos bairros Novo Mundo e Palmares, que estão entre os mais afetados, os lixeiros passaram pela manhã e deram alívio aos moradores.

"A situação estava horrível", afirmou a aposentada Cleusa da Silveira.

A Prefeitura de Ribeirão Preto tem uma dívida de R$ 35 milhões com a Estre Ambiental, empresa responsável pelo serviço na cidade.

O caso foi parar no Ministério Público e um acordo prevê o pagamento da dívida em cinco parcelas. A primeira foi paga só de forma parcial.

Nesta sexta-feira, a prefeitura de Ribeirão não informou se quitou o débito. Por meio de nota, disse apenas que o "município está cumprindo as tratativas".

A Folha apurou que a prefeitura tem a até a próxima terça-feira (9) para pagar o restante da parcela.

Coletores afirmaram que na última quarta (3), quando o serviço foi suspenso em alguns bairros, funcionários permaneceram na empresa assistindo a uma palestra sobre segurança no trabalho. A Estre informou que não iria se manifestar.

Para um especialista, a suspensão da coleta é ilegal porque se trata de serviço essencial à população.

"A prefeitura está errada em não cumprir sua parte no contrato. Mas a empresa só pode cancelar o serviço com autorização judicial", afirmou a professora de direito da USP Ribeirão Preto Ana Carla Bliacheriene.

O promotor Sebastião Sérgio da Silveira disse que acompanha o caso, mas não realizou nenhuma intervenção judicial neste momento.


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