A Prefeitura de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) ampliou a fiscalização na região central e criou uma disputa com vendedores ambulantes, que insistem em permanecer no calçadão.
O rigor no controle foi adotado em função das vendas de Natal, mas deixou de lado os vendedores ilegais que atuam na Baixada.
O local se tornou um ponto de escape para os camelôs que dizem se sentir menos ameaçados nas proximidades do CPC (Centro Popular de Compras), Mercado Municipal e rodoviária.
Já no calçadão, devido à maior presença de fiscais, os vendedores passaram a se "camuflar" entre a população. Andam sem mercadoria à mostra e migram de rua em rua para fugir dos fiscais.
Alguns percorrem o centro com produtos escondidos em mochilas, de acordo com os próprios fiscais.
Edson Silva/Folhapress | ||
Ambulantes expõem suas mercadorias em passarela entre o terminal rodoviário e o Mercadão |
Segundo a prefeitura, a operação conta com 32 funcionários durante todo o dia.
Na tarde desta quinta-feira (4), enquanto fiscais permaneciam no calçadão, dois ambulantes comercializavam água e sucos em frente à praça das Bandeiras, sem fazer alarde, com uma pequena caixa de isopor.
Segundo ambulantes e funcionários da prefeitura, as apreensões têm atingido tantos os vendedores de mercadorias falsificadas –óculos, DVDs e relógios– quanto os que vendem algodão-doce, água e frutas em carriolas, o que também é proibido.
A prefeitura não soube informar quantas apreensões foram feitas nesta semana. O comércio de rua passou a funcionar até as 22h na última segunda-feira (1).
"Antes eles passavam e não falavam nada. Agora chegam aqui e recolhem na hora. Eu preciso trabalhar", afirmou a ambulante Creusa Aparecida da Silva.
De acordo com os vendedores, nesta semana a prefeitura apreendeu uma carriola com goiabas e algodão-doce de dois colegas.
O comércio ambulante no centro é proibido por uma lei municipal. Em setembro do ano passado, a prefeitura viabilizou a implantação de um shopping popular na Baixada, como tentativa de formalizar os ambulantes.
No entanto reportagem da Folha em outubro revelou que parte dos comerciantes já havia deixado o local alegando queda nas vendas.
Fiscais afirmam que o controle na Baixada é feito com menos intensidade porque depende de apoio da polícia. Eles dizem se sentir vulneráveis no local em fazer a vistoria sozinhos.
Os camelôs que permanecem na Baixada afirmam que no local há menos risco de ter a mercadoria apreendida, mas afirmam que ainda preferem o calçadão pela facilidade de vendas.
"A gente quer voltar para lá [calçadão]. Aqui o movimento não é tão bom", disse o camelô Valdivino Santana.
Por meio de assessoria, a prefeitura negou que falte fiscalização e afirma que irá mandar uma equipe à Baixada.