Folha de S. Paulo


Prédios comerciais se acumulam à espera de ampliação de aeroporto em Ribeirão

A demora para ampliação do aeroporto Leite Lopes e o momento ruim da economia fizeram com que as margens da rodovia Anhanguera, em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), acumulassem dezenas de prédios comerciais vazios à espera de locação.

Fontes ligadas ao setor da construção e da locação de imóveis afirmaram que a construção dos galpões ocorreu à espera de novos negócios na área comercial e de logística. Porém, a oferta tem sido maior que a demanda.

Com promessa de ampliação desde 2012, as obras do Leite Lopes ainda passarão por licitação.

Hoje, o transporte de cargas é feito somente por meio de voos domésticos (de passageiros).

Ao menos 20 barracões, voltados para empresas da área de transporte e logística, estão com placas de "aluga-se" e até de "vende-se" ao longo da rodovia.

Editoria de Arte/Folhapress

Em dois condomínios industriais, os espaços estão parcialmente ocupados.

As áreas são destinadas a empresas que precisam de acesso fácil a rodovias e ao aeroporto Leite Lopes.

O condomínio CBP Ribeirão tem 43 mil m², mas 35 mil m² estão disponíveis para serem alugados. Já o parque GLP Ribeirão Preto tem 65 mil m², e 27 mil² estão vazios.

Ocupados, as áreas gerariam emprego e movimentariam a economia.

O diretor de locação da imobiliária Fortes Guimarães, Sérgio Fortes Guimarães, diz que a proximidade com o aeroporto, a malha rodoviária, além do potencial econômico da cidade são critérios avaliados por esses investidores.

"A internacionalização do aeroporto vai ajudar muito, mas hoje há um pessimismo com o mercado por causa da economia", disse.

Guimarães é responsável pela locação dos espaços dentro desses condomínios.

Edson Silva/Folhapress
Galpão construído às margens da rodovia Anhanguera, em Ribeirão Preto, à espera por locação
Galpão construído às margens da rodovia Anhanguera, em Ribeirão Preto, à espera por locação

Em nota, as duas empresas negaram dificuldades e afirmaram que este é um investimento "a longo prazo" e que a ocupação está dentro do "previsto".

Porém, além desses parques construídos, pequenos empresários investiram em galpões nas margens da Anhanguera, mas sofrem dificuldade para alugá-los.

O aposentado Carlos Mazin decidiu construir o barracão em 2013 empolgado com as promessas de ampliação do aeroporto.

"Não há nem procura de empresas interessadas em alugar os espaços", disse Mazin, que investiu R$ 800 mil em três galpões.

O empresário Nelson José Scorsolini disse que não consegue alugar o barracão desde janeiro deste ano.

"Sempre aluguei em um mês os espaços. Nunca passou disso. Todos esperavam o aeroporto", disse ele.


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