Folha de S. Paulo


Câmara e entidades recorrem à Promotoria contra estação no centro de Ribeirão

A Câmara de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) e o Ferp (Fórum das Entidades de Ribeirão Preto) vão recorrer ao Ministério Público contra a construção da estação de ônibus Catedral, prevista para substituir os pontos de ônibus localizados na praça das Bandeiras.

A obra está prevista no contrato de concessão do transporte público.

Nesta segunda-feira (24), o relatório da Ferp contra a obra foi entregue para os vereadores integrantes da CEE (Comissão Especial de Estudos) da Câmara.

O estudo, que contou com análises de engenheiros e especialistas da Aeaarp (Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto), aponta que o tráfego é intenso no local, o que pode afetar a estrutura da igreja –motivo do impasse para as obras ainda não terem sido iniciadas.

"Temos que mitigar o trânsito ali", disse Guilherme Feitosa, representante do Ferp.

O presidente da comissão, vereador Rodrigo Simões (PP), disse que o próximo passo é entregar o relatório do Ferp –e outro feito pela própria comissão– à Promotoria do Meio Ambiente.

Edson Silva/Folhapress
Vereadores Rodrigo Simões (centro) e Cícero Gomes (à direita) recebem relatório das entidades
Vereadores Rodrigo Simões (centro) e Cícero Gomes (à direita) recebem relatório das entidades

Segundo um laudo técnico que já havia sido encomendado pela Igreja Católica, de autoria da empresa Falcão Bauer, as vibrações no asfalto causadas pelo intenso tráfego de ônibus podem aumentar os danos na estrutura e na fundação da catedral, que já apresenta rachaduras.

A Igreja Católica defende o fim do trânsito na Florêncio de Abreu, no trecho que passa pela catedral.

A sugestão é que o local seja transformado em um calçadão e a estação seja construída na praça Carlos Gomes.

Até vigílias já foram realizadas por fiéis para protestar.

A liberação para a construção da estação depende também da aprovação do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), já que a praça é tombada.

A Prefeitura de Ribeirão Preto informou que nesta quinta-feira (27), às 10h, recebe os membros das entidades e da Igreja Católica para apresentar e detalhar o projeto de construção da estação.

Os representantes da Ferp disseram que o município não apresentou estudo informando se o novo pavimento asfáltico –de R$ 1 milhão, com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)– vai ajudar a reduzir as vibrações e evitar danos à catedral.

A reportagem questionou, mas a administração não diz se o novo asfalto terá ou não este efeito.


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