As dez maiores cidades da região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) perderam US$ 1,08 bilhão em exportações neste ano.
Essa é a maior queda na comparação com as vendas realizadas nos anos anteriores, desde 2006.
De janeiro a outubro deste ano, foram vendidos US$ 2,97 bilhões, uma queda de 27% em relação aos US$ 4,06 bilhões registrados em 2013.
Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que passou a disponibilizá-los a partir de 2006.
O segundo pior resultado só tinha sido registrado em 2009, ano da crise mundial. A queda foi de 21%.
O que derrubou as vendas para fora do país foi o desempenho de Araraquara (a 273 km de São Paulo), que registrou queda de 50%.
Segundo Claudio Paiva, professor do departamento de economia da Unesp Araraquara, o principal fator para a queda registrada no município foram as vendas menores de soja neste ano.
| Edson Silva - 29.jul.2012/Folhapress | ||
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| Operários em fábrica de suco de laranja em Araraquara; setor teve queda na exportação |
"As empresas da cidade compravam soja de Mato Grosso [maior produtor do grão do Brasil] e enviavam para Santos [de onde a mercadoria partia para outros países], mas a logística mudou", disse o professor.
Ele afirmou que provavelmente os custos podem ter sido reduzidos.
De janeiro a outubro do ano passado, o município exportou US$ 777 milhões de soja. Neste ano, no mesmo período, foram US$ 4,4 milhões –uma queda de 99,43%.
A venda de suco de laranja também caiu: 10%, passando de US$ 700,6 milhões para US$ 629 milhões.
"Resultado do consumo menor nos EUA e da baixa produtividade neste ano, causada pela seca", afirmou Paiva.
O diretor do Ciesp Araraquara, Ademir Ramos, disse que a soja que passava pela cidade está saindo agora da região de São José do Rio Preto.
"É ruim, porque o município pode perder algum tipo de tributo gerado por essa movimentação."
| Editoria de Arte/Folhapress | ||
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Na região, só Ribeirão e Franca (a 400 km de São Paulo) registram aumento.
Alex Luiz Ferreira, professor de economia da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão), da USP, diz que o menor volume é resultado da crise econômica.
De acordo com ele, a queda pode refletir em um menor investimento das empresas, afetando os empregos.
"A redução [das exportações] é preocupante. É um bilhão [de dólares] a menos circulando. Em algum momento isso pode afetar, sim, o nível de emprego. Veja Sertãozinho [a 333 km de São Paulo], por exemplo."
Na semana passada, a cidade fechou 325 postos de trabalho, resultado da queda nas demandas doméstica e externa.
As empresas do município produzem máquina e equipamentos para o setor sucroalcooleiro, que passam por forte crise econômica.