Folha de S. Paulo


Prefeita de Ribeirão Preto enfrenta debandada na Câmara

Dificuldade de diálogo. Pouca atenção dada aos pedidos dos vereadores para resolver problemas, principalmente em regiões onde eles têm base eleitoral.

Esses são os motivos para a debandada governista na Câmara de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), o que levou a um enfraquecimento da prefeita Dárcy Vera (PSD) no Legislativo.

Somado a esses fatores, ela enfrenta dificuldades para administrar. Dárcy reclama da falta de verbas e vê problemas se multiplicarem, principalmente nas áreas de saúde e infraestrutura.

Com isso, o cenário pouco favorável tem feito com que políticos comecem a se descolar da imagem da prefeita a dois anos da eleição.

Edson Silva/Folhapress
Vereadores da oposição conversam durante sessão da Câmara de Ribeirão Preto
Vereadores da oposição conversam durante sessão da Câmara de Ribeirão Preto

"É defender o indefensável. Tem problema, buraco para tudo quanto é lado", disse Rodrigo Simões (PP), que abandonou a base.

Segundo vereadores ouvidos pela Folha, os requerimentos enviados à prefeitura com pedidos de informações ou soluções para problemas em bairros são devolvidos com respostas vagas.

Viviane Alexandre (PPS), que também deixou a base governista, disse que o diálogo com o Executivo é ruim.

"Às vezes, somos chamados para conversar, mas não adianta. Não há melhorias. Somos muito cobrados pelos problemas da cidade", disse.

Samuel Zanferdini (PMDB) também virou oposição.

Na última semana, os três votaram contra o projeto em que a prefeita remanejou R$ 44 milhões do Orçamento para pagar despesas e salários.

O líder de governo, Genivaldo Gomes (PSD), admite a situação de instabilidade.

"O governo está passando por uma situação ruim. É difícil atender aos vereadores. A relação se desgasta. É como um casamento", disse, mas afirma que as conversas com os parlamentares foram intensificadas para evitar uma debandada maior.

MESA DIRETORA

A expectativa da oposição é conseguir, ao menos, uma eleição acirrada pela presidência e pela composição da Mesa Diretora da Câmara, que ocorre no final do ano.

Não fosse o PT, que tem votado com a prefeita, inclusive em projetos polêmicos, a oposição, hoje com nove vereadores, estaria com o mesmo número da base.

O discurso dos petistas é de independência. Jorge Parada já afirmou que irá votar no atual presidente e provável candidato, Walter Gomes (PR), o que poderá declinar o projeto da oposição.

"A prefeitura passa por problemas. A oposição, conseguindo a Mesa, dá uma virada de jogo e a Câmara passa a ter maior relevância", disse Ricardo Silva (PDT).


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