Pessimismo, recessão e alta carga tributária são os motivos apontados para o fechamento de 1.050 postos de trabalho nas indústrias da região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) em outubro.
É o que dizem especialistas e o setor sobre pesquisa mensal da Fiesp/Ciesp (Federação e Centro das Indústrias do Estado), divulgada nesta quinta-feira (13).
Entre as cinco cidades avaliadas na região, apenas São Carlos (a 232 km de São Paulo) apresentou saldo positivo.
Araraquara, Franca, Matão e Sertãozinho tiveram resultados negativos no mês.
Edson Silva - 11.nov.2014/Folhapress | ||
Empresa Fuzi-tec, de Sertãozinho, que encerrou as atividades devido à crise canavieira |
Sertãozinho foi a que mais demitiu no período. "Temos um duplo preço a pagar", disse Carlos Roberto Liboni, secretário da Indústria e Comércio do município.
Para ele, a cidade sofre os efeitos dos setores industrial e sucroenergético –que passa pela pior crise da história.
"Há uma onda de pessimismo que faz com que todos segurem os investimentos", disse Guilherme Feitosa, diretor da Fiesp/Ciesp de Ribeirão.
Para ele, há também uma sobrecarga de impostos para o setor atualmente.
Editoria de Arte/Folhapress |
O professor de economia Luciano Nakabashi, da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), da USP, disse que, para que o cenário mude, o governo precisa intervir menos, como deixar que o câmbio se ajuste, mesmo que haja inflação.
O dólar alto eleva custo de produção com a importação de peças e componentes.
Na contramão, o saldo positivo de São Carlos foi impulsionado pelo setor de produtos de borracha e plástico.
Segundo o presidente da Associação Comercial e Industrial de São Carlos, Alfredo Maffei Neto, este resultado foi impulsionado pelas contratações temporárias de fim do ano antecipadas.