Folha de S. Paulo


Asfalto só deve ser trocado após instalação da estação Catedral, em Ribeirão

A Prefeitura de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) deve entregar a estação Catedral antes do novo pavimento asfáltico, apontado pelos engenheiros como suficiente para reduzir as vibrações e evitar danos à estrutura da Catedral de São Sebastião.

O motivo são os prazos para a obra.

Um acordo com o Ministério Público fixa prazos para melhorias no serviço de transporte coletivo na cidade.

A prefeitura confirmou que não tem prazo para implantar o novo pavimento.

Os abalos à catedral são o principal ponto contestado pela Igreja Católica, que promove nesta quinta-feira (13), às 20h, uma vigília com fiéis para protestar contra as obras de mobilidade no entorno da praça das Bandeiras.

O novo pavimento, na rua Florêncio de Abreu, substitui o asfalto por uma base de concreto.

A troca está orçada em R$ 1 milhão e conta com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal.

O secretário municipal de Obras, Abranche Fuad Abdo, afirmou que o novo pavimento vai minimizar a vibração dos ônibus.

"Vamos minimizar a vibração com esse novo asfalto. Na prática, estamos corrigindo um erro do passado", afirmou ele.

Edson Silva/Folhapress
Ônibus passa por rua em frente à Catedral Metropolitana, no centro de Ribeirão Preto
Ônibus passa por rua em frente à Catedral Metropolitana, no centro de Ribeirão Preto

SEM ACERTO

A prefeita Dárcy Vera (PSD) disse nesta quarta-feira (12) que a instalação da estação é uma melhoria para os passageiros e que não irá prejudicar a catedral.

"Diariamente, 80 mil pessoas pegam ônibus naquele ponto e enfrentam sol, chuva e vento. Nós estamos conciliando as características históricas da praça e dando mais qualidade aos passageiros", disse Dárcy.

A Igreja Católica é contra a instalação da estação de ônibus na praça das Bandeiras.

No ano passado, a instituição encomendou um laudo que apontou que a estrutura da igreja tem trincas, que podem ser agravadas com a vibração provocada por veículos.

A instituição pede que o trânsito no local seja impedido, e o trecho, transformado em um calçadão.

Nesta quarta, Dárcy chamou a imprensa para tentar esclarecer o projeto da estação.

A prefeitura afirmou que convidou o padre Francisco Moussa para o encontro, mas ele não compareceu.

A praça das Bandeiras é tombada como patrimônio histórico pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico).

O órgão liberou com ressalvas as obras no entorno.

De acordo com a decisão, a prefeitura terá que comprovar que o tráfego de ônibus não vai prejudicar a estrutura da catedral.

A Transerp (Empresa de Trânsito e Transporte de Ribeirão Preto) informou que irá contratar o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), mas não informou prazo.


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