Folha de S. Paulo


Prefeitura de Ribeirão pode fechar 52 salas de ensino infantil para próximo ano

Apesar da demanda em alta por vagas no ensino infantil, a Prefeitura de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) pode fechar 52 salas no próximo ano.

A medida deixaria cerca de 600 alunos fora do período integral em 2015.

O objetivo é abrir mais turmas em período parcial e, assim, se adequar à lei federal que prevê a obrigatoriedade de matrícula para todas as crianças a partir de quatro anos de idade até 2016.

Segundo lista divulgada pela Secretaria da Educação nesta terça-feira (11) com a carga horária disponível em cada unidade, a redução do número de horas de aula representa o fechamento de 21 salas em creches, para crianças de zero a três anos, e 31 salas para crianças de quatro a cinco anos.

A prefeitura, no entanto, disse que ainda não finalizou o processo de matrículas e, por isso, não poderia informar se houve redução de salas ou de carga horária.

Professores afirmaram que, com a exigência de vagas para crianças a partir dos quatro anos, a cidade deve passar a ter ensino integral somente para as crianças de até três anos.

Na Emei (Escola Municipal de Ensino Infantil) Ana dos Santos Gabarra, no Jardim Irajá, houve redução de 112 horas de aulas para alunos de até três anos, o que representa cinco salas.

Edson Silva/Folhapress
Rosemilda Marim, 32, com sua filha na escola Ana Gabarra, em Ribeirão Preto
Rosemilda Marim, 32, com sua filha na escola Ana Gabarra, em Ribeirão Preto

Apesar do fechamento dessas salas, foram criadas mais duas para alunos a partir dos quatro anos.

Mãe de uma aluna de três anos, Rosemilda Marim, 32, disse que a direção da escola informou, em reunião, que poderia reduzir o número de salas com período integral para o próximo ano.

"Eu não sei como vou fazer, trabalho em um salão de beleza e, se ela ficar só meio período na escola, terei que levá-la junto comigo. Para mim e, principalmente, para ela, seria muito melhor ficar na escola", disse a mãe.

Na Emei Narciso Nicolodi, no bairro Adelino Simioni, também houve fechamento de sala para alunos de até três anos. Segundo Alessandra Oliveira, isso ocorreu porque a escola não tem espaço para tantos alunos. A lista de espera é de 29 crianças.

LIVROS

Além do imbróglio em relação às salas de aula, a Prefeitura de Ribeirão foi notificada nesta terça-feira pelo Ministério Público Federal para que tome as medidas necessárias para garantir que alunos da rede pública não fiquem sem livros didáticos no próximo ano letivo.

Segundo a recomendação feita pela procuradora Ana Cristina Souza, há dois anos alunos de escolas públicas não recebem novos livros.

A não distribuição ficou constatada após um inquérito civil que apurava irregularidades na distribuição do material no município.

Segundo o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), cabe ao município ver se há defasagem no material e solicitar o necessário para atender a todos.

A procuradora disse que a recomendação ocorre para que a prefeitura faça o levantamento necessário para garantir a entrega do material.


Endereço da página: