Folha de S. Paulo


Governo federal cede e libera terminal maior no aeroporto de Ribeirão Preto

A SAC (Secretaria de Aviação Civil) cedeu e o terminal de passageiros do aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), será de 35 mil m², como sugerido pelo governo do Estado.

A proposta inicial da União previa terminal de 8 mil m².

O acordo, que fechado nesta semana em Brasília, permitirá o início das obras e pode ser a solução de um imbróglio existente desde a década passada na cidade.

Segundo Ricardo Volpi, superintendente do Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo), a estimativa é que as obras comecem no primeiro trimestre de 2015.

"Mas há um período burocrático, com assinatura de contratos, prazos de recursos", afirmou Volpi.

Sobre o tamanho do terminal, a SAC informou, por meio de sua assessoria, que não houve erro no projeto.

Segundo o órgão, "é normal que haja mudanças durante o processo" e que a SAC e o Daesp entenderam que o tamanho de 8 mil m² "não era o mais adequado às projeções de demanda do aeroporto".

Com as obras, o Leite Lopes terá capacidade para receber quatro milhões de passageiros por ano. Hoje, a média de usuários é de 1 milhão.

Para Volpi, apesar de atualmente não haver sobrecarga no aeroporto –o maior administrado pelo Estado–, os investimentos vão criar infraestrutura para estimular o uso pelas companhias aéreas.

Edson Silva/Folhapress
Passageiros desembarcam em pista do aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão, no final da tarde desta 6ª
Passageiros desembarcam em pista do aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão, no final da tarde desta 6ª

"O Estado tem de oferecer estrutura para aumentar a demanda", afirmou.

Companhias aéreas que operam hoje em Ribeirão Preto avaliam que a ampliação pode ser estimulante.

A TAM informou, por meio de sua assessoria, que estuda ampliar sua participação em aeroporto regionais.

Já a Azul informou que, apesar de não ter nada previsto neste momento, estuda ampliar a malha aérea.

As obras preveem, além da ampliação do terminal, o deslocamento da pista em 500 m e a construção do novo pátio de aeronaves, que serão feitos pela União. O atual pátio comporta nove aviões, enquanto o futuro permitirá 17.

Ao Estado, caberá a desapropriação de área no entorno do aeroporto e a construção da passagem na avenida Tomaz Alberto Whately.

De acordo com o superintendente do Daesp, serão desapropriados terrenos e moradias. Algumas são provenientes de invasões.

O investimento total no aeroporto é de R$ 400 milhões.

A contrapartida da Prefeitura de Ribeirão Preto para as obras será de R$ 25 milhões, para melhorias no sistema viário no entorno.

Um projeto de lei chegou a ser enviado à Câmara para destinar esse valor para o pagamento de outras despesas.

A proposta gerou polêmica e a votação foi adiada. Via assessoria, o governo disse que, como as obras serão em 2015, o valor será reservado para o ano que vem.


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