Folha de S. Paulo


Oferta de leilão da Indústrias de Alimentos Nilza não atinge meta

As propostas apresentadas em leilão realizado nesta sexta-feira (7) para venda dos bens da Indústrias de Alimentos Nilza ficou abaixo do esperado e uma nova medida será avaliada pela Justiça, caso os interessados não façam novas ofertas.

A empresa está em recuperação judicial desde 2009.

As três unidades –de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), Campo Belo e Itamonte, as duas últimas em Minas Gerais–, além da marca Nilza, foram avaliadas em cerca de R$ 117 milhões.

No entanto as cinco propostas apresentadas à Justiça não foram satisfatórias. Uma nova audiência está marcada para a próxima sexta-feira (14).

Até lá, o juiz da 4ª Vara Cível de Ribeirão, Heber Mendes Batista, o Ministério Público e o administrador judicial do caso irão avaliar as propostas entregues.

"Tem que ver uma outra forma de alienar esse patrimônio se essa via das propostas não alcançar o resultado. É algo a ser estudado", afirmou o juiz.

A empresa Nilza acumula dívidas de R$ 600 milhões.

O valor obtido com a venda dos bens será destinado ao pagamento de ex-funcionários e fornecedores.

A única oferta feita e que atingiu o valor estimado foi o da marca, avaliado em R$ 5,2 milhões, proposto pela empresa Goiasminas Indústria de Laticínios, da marca Italac.

Edson Silva/Folhapress
O juiz Heber Mendes Batista (à mesa) com interessados no leilão da Nilza, nesta sexta-feira (7)
O juiz Heber Mendes Batista (à mesa) com interessados no leilão da Nilza, nesta sexta-feira (7)

No entanto outras ofertas estão abaixo do previsto em edital. A Italac também ofereceu R$ 10 milhões pela matriz da empresa, em Ribeirão.

O valor da unidade, que inclui todo o maquinário, está estimado em R$ 69,12 milhões, de acordo com edital.

Para o juiz, a proposta neste momento que mais se aproxima do valor do patrimônio é o da empresa Nova Mix Industrial e Comercial de Alimentos, da marca Quatá.

O grupo ofereceu R$ 6,3 milhões pela unidade de Campo Belo, em Minas Gerais.

Durante a audiência, aumentaram em R$ 700 mil a proposta, elevando o valor para R$ 7 milhões.

A unidade, no entanto, é avaliada em R$ 12,3 milhões.

Outra proposta, da Empreendedora MS, foi de R$ 45 milhões para as unidades de Ribeirão Preto, de Campo Belo e da marca Nilza. Do total, seria abatido o valor de R$ 18,12 milhões que a Nilza tem de dívidas com a empresa.

Outra oferta, considerada neste momento pouco interessante pelo juiz, foi a do empresário Luiz Alberto Dallier Dias de Oliveira, que ofereceu R$ 120 milhões pelas três unidades e pela marca.

No entanto a oferta é que a compra seja paga com precatórios que tem a receber da União.

O administrador judicial Alexandre Borges Leite disse que, apesar das ofertas baixas, há chances de negociação.

A prioridade é por compradores interessados em todas as unidades da empresa, mas há chances de vendas separadas.

"Ninguém chegaria aqui ofertando altos valores. É preciso negociar. Estou otimista", disse Leite.


Endereço da página:

Links no texto: