Folha de S. Paulo


Pela segunda vez, cães morrem após enchente em Matão (SP)

Pela segunda vez em menos de dois anos, animais abrigados no Canil Municipal de Matão (a 305 km de São Paulo) morreram afogados ou doentes em decorrência de enchente.

Na última terça-feira (4), 17 animais morreram depois de a chuva, que durou aproximadamente quatro horas e com volume de 230 milímetros, atingir o canil.

A enxurrada vitimou dez filhotes de cães, seis de gatos e um cão adulto, que já estava doente. A situação foi percebida no dia seguinte pelos funcionários do local.

Em dezembro de 2012, morreram cerca de 20 animais no abrigo pelo mesmo motivo. À época, o excesso de chuva causou o rompimento de uma represa.

O canil municipal existe há dez anos e mantém 181 animais.

Com receio de outra chuva, a prefeitura encaminhou 34 filhotes (cães e gatos) para três lares provisórios, onde deverão permanecer por tempo indeterminado.

Outros 130 foram para áreas mais seguras no canil.

A cidade também registrou outros prejuízos. Houve pontos de alagamento e erosão em dois acessos de bairros ao centro, prejudicando cerca de 3.500 moradores do Esperança e Laranjeira.

Edson Silva/Folhapress
Canil municipal de Matão, onde 17 animais morreram devido à chuva da última terça-feira (4)
Canil municipal de Matão, onde 17 animais morreram devido à chuva da última terça-feira (4)

Eles terão de andar cerca de um quilômetro a mais até o acesso mais próximo, no bairro Bom Jesus.

A passagem onde seria construída uma ponte de acesso ao canil também sofreu erosão.

Uma equipe da Defesa Civil Estadual esteve em Matão nesta quinta-feira (6) para avaliar os estragos.

De acordo com o tenente Renan Souza, o volume de chuva foi alto e os estragos não têm ligação com a falta de prevenção.

Segundo o coordenador da Defesa Civil da cidade, José Nildo Dantas, registros do órgão e da Casa da Agricultura apontam que há 40 anos a chuva não atingia tal volume.

A diretora do Departamento de Meio Ambiente, Maria Aparecida Bellintani, disse que as duas situações no canil não refletem falta de estrutura ou negligência, mas, sim, a consequência de uma situação adversa.

Para o gestor do canil, Jorge Luis Deivid, o problema não é o espaço, mas a topografia baixa. "O local acaba recebendo toda a água que escoa do entorno."

ONGs da cidade e voluntários se mobilizaram para arrecadar doações para os cães, como cobertores e toalhas.

Um grupo organizou ainda uma petição pela internet para cobrar da prefeitura a mudança de local do canil.

Segundo o secretário do Planejamento, Willian Gaetano, o governo estuda a transferência do canil para outro ponto.


Endereço da página: