Folha de S. Paulo


Pai mata filho e é morto após linchamento em Ribeirão Preto, diz polícia

Um homem de 49 anos foi encontrado morto na casa onde morava na favela Monte Alegre, em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), nesta quarta-feira (5), após, segundo a Polícia Civil, ter matado um filho de 12 anos.

De acordo com a polícia, o pedreiro Jurandir Ferreira Neres foi linchado por moradores da favela após assassinar Jonathan Bidoia Neres.

O corpo do homem foi encontrado com o rosto desfigurado, depois de os vizinhos terem invadido a residência e o agredido.

O menino chegou a ser levado para a UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) Sumarezinho, mas já chegou morto ao local.

Jurandir morreu na hora.

O menino tinha perfurações pelo corpo, enquanto o corpo do pedreiro apresentava graves ferimentos, principalmente na cabeça.

Na residência foram encontrados um martelo –provavelmente utilizado como ferramenta de trabalho do homem– e uma faca.

Os dois objetos, que foram apreendidos, podem ter sido usados tanto na morte do menino quanto na morte do pai.

A mãe de Jonathan e ex-mulher de Jurandir foi socorrida na unidade de saúde em estado de choque, mas foi liberada ainda nesta quarta.

Uma das irmãs do menino afirmou que o garoto morava com o pedreiro e mais outro irmão ao lado da casa onde a mãe residia.

Ela afirmou que o garoto sempre era agredido pelo pai, mas nunca houve denúncias à polícia, e que o pedreiro era usuário de drogas e álcool.

No boletim de ocorrência registrado pela Polícia Civil, consta que Jurandir Ferreira chegou em casa falando "coisas desconexas, se dizendo perseguido e que estaria jurado de morte".

SURTO

O delegado Luciano Henrique Cintra afirmou que ele sofreu um surto psicótico.

A irmã de Jonathan, por parte de mãe, disse à Folha que essas alterações de comportamento eram constantes.

No momento da confusão um irmão de Jonathan e também filho de Jurandir, de 10 anos, que morava com os dois, conseguiu fugir.

De acordo com vizinhos, ele também poderia ter sido vítima do pedreiro. Moradores da favela devem ser ouvidos ainda nesta semana.


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