Folha de S. Paulo


Caso Joaquim completa 1 ano sem provas para julgamento de casal

O sumiço e morte do menino Joaquim Ponte Marques, 3, completa um ano ainda com perguntas a serem respondidas pelas autoridades e que atrasam o julgamento dos principais acusados pelo crime: a mãe e o padrasto.

São perguntas sobre quem, como e por qual motivo teria matado a criança.

Apesar de terem sido denunciados, não há nenhuma prova irrefutável ou confissão de Natália Mingoni Ponte e Guilherme Longo. No entanto, os indícios apontam para a responsabilização e autoria dos dois.

Silva Junior - 27.nov.2013/Folhapress
O padrasto de Joaquim, Guilherme Raymo Longo, na reconstituição do sumiço do menino
O padrasto de Joaquim, Guilherme Raymo Longo, na reconstituição do sumiço do menino

Joaquim desapareceu em 5 de novembro do ano passado em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo). O corpo foi encontrado seis dias depois no rio Pardo, a 150 quilômetros de Ribeirão.

De acordo com a denúncia apresentada pela polícia, Longo matou o enteado com uma alta dosagem de insulina dentro da casa da família, no Jardim Independência. O menino era diabético.

Depois, jogou o corpo da criança no córrego Tanquinho, localizado a cerca de 200 metros de onde moravam.

Longo foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Já Natália, por omissão.

A mãe do menino foi solta em março deste ano. Longo permanece no presídio de Tremembé (a 147 km de São Paulo) e teve diversos pedidos de liberdade provisória negados.

Para o promotor Marcus Túlio Nicolino, a defesa de Longo tenta atrasar o processo para "acalmar os ânimos", já que o caso deve ser levado à júri popular.

Segundo Nicolino, a defesa arrolou testemunhas de outros Estados, como Minas e Goiás, e pediu a exumação do corpo e novo exame das vísceras para apurar se a morte ocorreu devido a insulina.

"Eles usam os direitos da defesa como uma estratégia para atrasar o julgamento e esfriar os ânimos de um dos casos de maior repercussão de violência contra criança".

Reprodução
O menino Joaquim Ponte Marques, 3, que foi encontrado morto após sumiço em Ribeirão Preto
O menino Joaquim Ponte Marques, 3, que foi encontrado morto após sumiço em Ribeirão Preto

Para Alexandre Durante, advogado do pai de Joaquim, a lentidão no processo, no entanto, não deve interferir na condenação dos acusados. "Temos as provas necessárias para condená-los. Essas testemunhas não mudam o que aconteceu", disse Durante.

Antonio Carlos Oliveira, advogado de Longo, nega ter uma estratégia para atrasar o processo, já que seu cliente está preso. "Ele está preso, sofrendo todos os traumas de estar na prisão".
Oliveira disse ainda ter "segurança" de que Longo não será levado à júri popular, porque a Promotoria não tem provas que o incriminem.

"Eles não apontam qual foi a causa da morte, não têm nada que ligue a morte ao Guilherme. Não têm nenhuma prova, apenas hipóteses e suposições do que pode ter acontecido", disse Oliveira.


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