Folha de S. Paulo


Criança 'milagreira' lidera as visitas no dia de Finados em Ribeirão Preto

O túmulo de José Martins de Almeida, o "menino Zezinho", foi mais uma vez o mais popular entre os visitantes do Cemitério da Saudade, em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), neste domingo (2), dia de Finados.

O cemitério mais antigo da cidade tem aproximadamente 130 mil corpos enterrados em 121 anos desde a fundação mas, desde os anos 1940, o "menino Zezinho" é um dos mais populares.

Repleto de placas agradecendo "pela graça concedida", o túmulo ficou coberto de oferendas e flores neste domingo.

O local é apontado até mesmo pela Prefeitura de Ribeirão Preto como o mais visitado do cemitério. A lista mistura personalidades históricas da cidade e outros supostamente milagreiros.

A origem da história de Zezinho, morto aos nove anos em 1947, tem diferentes versões. Em todas, o garoto é descrito como uma criança doente, mas a origem da devoção tem variações.

"Ele era um menino muito doente que lutou pela saúde dele e, por causa dessa perseverança, as pessoas passaram a pedir coisas no túmulo dele depois que morreu", disse o comerciante Benedito Carvalho, 60, que vai ao local uma vez por mês.

O comerciante Expedito Ferreira, 72, disse que o menino já era tido como santo quando vivo. "Ele dava benção e, pelo que sei, morreu por elefantíase", disse.

A história, assim como os supostos milagres, são repassados de boca em boca e aumentam a fé do público. "Sempre peço ajuda a ele, que me ajuda no dia a dia, mas conheço gente que recebeu muitas graças", disse Cleusa Pereira, 47.

O vidraceiro Carlos Puga, 65, disse que vai ao túmulo do menino Zezinho uma vez por semana. "Quando eu era pequeno, vinha aqui até para pedir ajuda até quando me contundia no futebol."

Assim como muitos outros visitantes, Puga não teve uma grave doença curada após orações a Zezinho, mas não tem dúvidas sobre a divindade da criança. "Eu tenho fé, peço proteção à minha família e também agradeço sempre que posso."

O vidraceiro também costuma acender velas no túmulo dos Padres, outro ponto repleto de placas de agradecimento e com grande número de devotos presentes. "O importante é acreditar sempre."


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