Folha de S. Paulo


Escolas de Ribeirão devem reduzir salas de aula de período integral

Com a demanda de alunos maior do que a oferta de vagas, ao menos sete escolas municipais de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) devem reduzir o número de salas com ensino integral para abrir mais vagas para as aulas em apenas um período.

A prefeitura tem ensino integral em 25 das 42 Emeis (Escolas Municipais de Ensino Infantil), que atendem crianças a partir dos três anos.

A redução do atendimento integral é uma forma de a prefeitura se adequar a lei federal que prevê a obrigatoriedade de matrícula para todas as crianças a partir de quatro anos.

Com a exigência, a cidade deve passar a ter ensino integral apenas para as crianças de até três anos.

O ensino em período integral foi implementado no ano passado nas pré-escolas de Ribeirão e previa atender cerca de 10 mil alunos com idades de quatro e cinco anos.

Na escola Ruy Escorel Ferreira Santos, no Jardim Heitor Rigon, o número de turmas em período integral deve cair de 95% para 60% no próximo ano.

"Construíram vários conjuntos habitacionais aqui, mas não abriram nenhuma nova escola. Era uma demanda que sabiam que teriam e mesmo assim não fizeram nada. Agora, temos que nos adaptar", disse Danilo Vicente, professor da unidade.

A redução de salas já é informada nas escolas Adriano Coutinho Camilo, Professora Carmen Massarotto, Hilda Mandarino, Miguel Mussi, Roberto Pontes e Wanda Marçal, segundo a Folha apurou nas unidades de ensino.

Edson Silva/Folhapress
Alunos na escola Amélia Junqueira, no Jardim Paulistano, em Ribeirão Preto
Alunos na escola Amélia Junqueira, no Jardim Paulistano, em Ribeirão Preto

Para Leonardo Sacramento, secretário-geral da Aproferp (Associação dos Profissionais da Educação de Ribeirão), a medida demonstra a falta de planejamento da prefeitura ao implementar o ensino integral no município.

"Não havia capacidade física nem de profissionais para atender os alunos nos dois períodos e, mesmo assim, fizeram. Agora, estão tendo que recuar", disse.

O período integral foi uma promessa da prefeita Dárcy Vera (PSD) na campanha de reeleição.

A promessa, que não constava em seu plano de governo, foi anunciada a três dias do segundo turno.

A medida era uma das bandeiras do adversário de Dárcy, Duarte Nogueira (PSDB).

O gerente Marcelo Barros, 36, disse que a família teve que se reorganizar neste ano quando a filha completou quatro anos e não encontrou mais vaga em escola com período integral para ela.

Em nota, a prefeitura só informou que todas as escolas que hoje têm período integral continuarão com a opção. Questionada, no entanto, não informou se haverá fechamento de salas nas escolas.


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