Folha de S. Paulo


Rotina de Borborema é transformada após acidente com 11 mortes

A pior tragédia da história de Borborema (a 377 km de São Paulo) mudou a rotina da pequena cidade de 15 mil habitantes nos últimos dois dias.

Poucas pessoas e veículos foram vistos nas ruas entre terça (28) e quarta-feira (29), exceto no entorno do ginásio em que dez das 11 vítimas do acidente foram veladas e no cemitério local.

Às 12h30 desta quarta, boa parte do comércio estava fechada. A maioria das lojas tinha um papel sulfite com a palavra "luto" pregado na porta.

As que permaneciam abertas não tinham clientes. Não havia praticamente ninguém no centro da cidade nesta quarta.

Até encontrar um restaurante no horário do almoço se tornou tarefa difícil. Em um que estava aberto, só jornalistas enviados para cobrir os enterros, ocorridos menos de uma hora antes, almoçavam.

O sócio do local, Carlos Alberto Tamborlin, 47, afirmou que a vida no município "parou".

"[O acidente] Acabou com a nossa cidade. Está sendo muito difícil assimilar o que ocorreu."

Na prefeitura, a porta também estava meio fechada. Em frente, as bandeiras do Brasil, do Estado e da cidade tremulavam a meio mastro, devido ao decreto de luto de três dias.

"Era para ter muita gente aqui [na prefeitura], mas as pessoas estão tristes. Todo mundo conhecia alguém que morreu no acidente", disse Ivan Sérgio Júnior, auxiliar do departamento pessoal.

Entre as 13h e as 13h30, algumas lojas reabriram, mas a baixa movimentação persistiu, junto com o silêncio de uma cidade que ainda chora seus mortos.


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