Folha de S. Paulo


Superavião deve gerar 1.100 empregos diretos na região de Ribeirão Preto

A montagem do maior avião produzido no Brasil deve gerar 1.100 empregos diretos na fábrica da Embraer, em Gavião Peixoto, na região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo).

A informação foi divulgada pelo presidente da área de defesa e segurança da empresa, Jackson Schneider, durante a primeira apresentação pública do KC-390, aeronave de carga militar destinada a executar grande variedade de missões no país e no exterior.

Ele disse ainda que serão criados outros 5.500 empregos indiretos.

Participam da fabricação de peças para o avião, além da Embraer, outras 50 empresas brasileiras e algumas da Argentina, Portugal e República Tcheca, países parceiros no projeto.

"São empregos qualificados, sendo muito importantes não só para a Embraer, mas para pequenas e médias empresas brasileiras também", disse Schneider.

O primeiro protótipo do superavião foi apresentado a autoridades nesta terça. Entre elas, o ministro da Defesa, Celso Amorim.

Ele disse que a apresentação do avião representa um momento importante para o orgulho e a autoestima dos brasileiros.

"É uma enorme satisfação e nos enche de orgulho. É um grande projeto de avanço tecnológico, que terá múltiplos propósitos, e estará presente em ações de defesa civil, salvamentos, evacuações médicas", disse, em discurso.

O KC-390 foi idealizado pela FAB (Força Aérea Brasileira) e é destinado para uso militar e civil, podendo atuar em operações na Amazônia ou até mesmo na Antártica.

Foi projetado para reabastecimento em voo, combate a incêndios, salvamentos, socorro médico, buscas, transporte de material militar, lançamento de cargas e paraquedistas, entre outras funções.

O Brasil já encomendou 28 unidades, a um custo de R$ 7,2 bilhões. A primeira entrega está prevista para 2016, quando o superavião começa a ser produzido em série.

Neste período, a fábrica em Gavião contará com 3.100 trabalhadores –hoje são 2.000.

Há ainda intenções de compra de 32 unidades por Argentina, Portugal, República Tcheca, Colômbia e Chile.

A Embraer informou que negocia vendas ainda em outros 25 países, que enviaram representantes nesta terça-feira a Gavião Peixoto.

Schneider disse também que o avião representa uma das grandes inovações da indústria aeronáutica mundial.

"Vai estabelecer novos padrões em sua categoria, com o melhor custo do mercado para missões de naturezas distintas", afirmou.

Segundo a Embraer, o KC entra num mercado de 700 aviões do gênero que serão produzidos nos próximos 15 anos em todo o mundo.

A empresa, porém, não revelou nesta terça qual é a sua meta de participação nesse segmento da aviação (aeronaves de grande porte).


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