Folha de S. Paulo


Diretor de consórcio de água fala em 'turismo da seca'

Explorar outras formas de turismo que deixem os municípios localizados próximos de represas e reservatórios menos dependentes da água.

Essa é a opinião do diretor-executivo do consórcio CPJ (rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí), do sistema Cantareira, Francisco Lahóz. Ele já fala até em "turismo da seca".

O consórcio é uma associação que congrega poder público e empresas, com o objetivo de recuperar mananciais.

Para ele, uma das possibilidades é oferecer ecoturismo e turismo rural. As cidades, diz, devem encontrar alternativas para fomentar o turismo com os reservatórios –e represas– cheios ou vazios.

"Há cidades submersas aflorando. É um turismo que causa interesse no mundo todo. Temos que nos preparar para o turismo da seca, para o ecoturismo, que valoriza o meio ambiente, seja em situação de fartura ou de escassez [de água]", afirmou Lahóz.

Edson Silva - 9.out.2014/Folhapress
Píer no rio Grande, em Guaraci, em trecho que está seco
Píer no rio Grande, em Guaraci, em trecho que está seco

Ele disse ainda que, com a falta de água, é possível observar formações rochosas que não ficam visíveis com as represas cheias.

Lahóz afirmou também que não se pode culpar poder público, empresas, gestores, autarquias de água e esgoto e instituições em relação à crise hídrica que o Estado vem enfrentando neste ano. De acordo com ele, a "culpa" é do clima.

"Foi um evento [a falta de chuvas] atípico. A pior seca em 90 anos. Um evento extremo. Que sirva de reflexão para o futuro", disse, acrescentando que nenhum planejamento feito pelo governo conseguiria evitar o desabastecimento. "A população cresce de forma assustadora", completou.

De acordo com a Sabesp, de janeiro a setembro choveu 621,9 mm na região do sistema Cantareira. A média histórica para o período é de 1.053,8 mm.

Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), não deve chover até quinta-feira (16) no Estado todo.


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