Folha de S. Paulo


Sabesp 'importa' água para abastecer Cajuru, na região de Ribeirão Preto

Apesar das chuvas dos últimos dias na região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), a vazão dos rios segue prejudicada pela estiagem, obrigando a Sabesp a adotar alternativas para manter o abastecimento em cidades do interior.

Em Cajuru (a 298 km de São Paulo), por exemplo, o abastecimento está sendo feito por meio de caminhões-pipa, que buscam água em Santa Cruz da Esperança (a 316 km de São Paulo) e Cássia dos Coqueiros (a 304 km).

As cidades ficam, em média, a 15 quilômetros de distância.

A água tratada é retirada dos sistemas de tratamento da Sabesp nos municípios vizinhos e levada ao reservatório do sistema de Cajuru.

No início de setembro, a cidade chegou a ficar cinco dias sem água e teve aulas suspensas e complicações nas unidades de saúde local.

Além da suspensão das aulas, a prefeitura proibiu a utilização de banheiros em prédios públicos.

Cajuru é abastecida por um sistema que, quando não há estiagem, produz 50 litros de água por segundo, captada do ribeirão Vermelho.

Edson Silva - 17.set.2014/Folhapress
Barragem emergencial construída com sacos de areia no rio Canoas para o abastecimento de Franca
Barragem emergencial construída com sacos de areia no rio Canoas para o abastecimento de Franca

Com a água "importada", o abastecimento no município voltou ao normal, de acordo com a diretora do Meio Ambiente de Cajuru, Patrícia Ceboleski.

Em Franca (a 400 km de São Paulo), a Sabesp construiu uma barragem emergencial com sacos de areia no rio Canoas para complementar a captação.

A agência iniciou a construção de uma segunda barragem, mas cancelou o projeto depois de firmar um acordo com a Prefeitura de Claraval (MG).

Segundo o prefeito de Claraval, Juliano Diogo Pereira (PSD), uma segunda barragem iria comprometer a vazão do rio e prejudicar a zona rural do município, que utiliza a água.

Segundo a Sabesp, as chuvas registradas em Franca desde o dia 20 elevaram a vazão do rio, tornando suficiente a captação adicional feita com a primeira barragem.

A Câmara de Franca convidou o gerente distrital da Sabesp, Rui Engracia, para prestar esclarecimentos à população sobre o abastecimento.

Segundo o presidente da Câmara, Jépy Pereira (PSDB), há denúncias de desabastecimento em pontos da cidade e também de diminuição da pressão da água.

A agência informou que o abastecimento na cidade está normal e nega que exista racionamento.

"Engracia não compareceu nesta terça (30), mas ele ainda é esperado na Câmara para a próxima semana", disse o presidente da Casa.

De acordo com a Defesa Civil do Estado, choveu 36 milímetros em Franca durante o mês setembro, a metade da média histórica para o período, que é de 72 milímetros, conforme o órgão.


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