Folha de S. Paulo


Número de atropelamentos aumenta 26% no 1º semestre em Ribeirão Preto

O número de atropelamentos registrados em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) aumentou 26% no primeiro semestre deste ano.

De acordo com estatística do Corpo de Bombeiros, foram 106 atropelamentos de janeiro a junho de 2014, ante 84 casos no mesmo período do ano passado.

Ainda segundo os bombeiros, de julho até 15 de setembro, foram mais 44 atropelamentos na cidade.

Apesar do aumento de casos, a frota de veículos em Ribeirão Preto no mesmo período cresceu apenas 4,5%.

De acordo com o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), a cidade tem cerca de 480 mil veículos.

Para o advogado Adhemar Padrão Neto, especialista em trânsito, Ribeirão tem sinalização deficiente para orientar pedestres. Para ele, seriam necessários semáforos com tempo exclusivo de travessia para pedestres em todos os cruzamentos do centro.

"O responsável pela segurança no trânsito é o poder público. Se o pedestre não consegue atravessas uma rua com segurança, o poder público pode responder por omissão", disse Padrão Neto.

Para o advogado, em Ribeirão a organização do trânsito é feita privilegiando os veículos e não considera as necessidades dos pedestres.

A aposentada Anezia Alves Soeira, 61, afirmou que, depois que foi atropelada, há dois anos, na avenida Francisco Junqueira, nunca mais andou sozinha pelas ruas.

Ela teve que passar por cirurgia porque teve um afundamento de crânio ao ser lançada na rua pelo carro.

"Eu estava atravessando a rua, na faixa de pedestres, quando fui atingida por um veículo. O pedestre não é respeitado pelos motoristas nem pelo poder público, porque não tem sinalização ou preferência para quem está a pé", disse a aposentada.

Márcio Evangelista dos Reis, professor de orientação e mobilidade da Adevirp (Associação dos Deficientes Visuais de Ribeirão Preto), disse que a sinalização e a acessibilidade para pedestres, principalmente no centro de Ribeirão, é insuficiente.

"Nós ensinamos os alunos a atravessar, mas no centro é sempre complicado, mesmo para quem não é deficiente. Os semáforos não têm tempo exclusivo para a travessia de pedestres", disse Reis.

A Transerp informou que, com base nas estatísticas, especialmente as de atropelamentos, desenvolve ações para melhorar a segurança dos pedestres, como instalação de semáforos com acionamento por pedestres, tempo exclusivo para travessia e faixa para pedestres.

A Transerp, no entanto, não informou em quantos cruzamentos deve instalar os dispositivos para pedestres.


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