Folha de S. Paulo


Incêndios florestais crescem na região de Ribeirão Preto

O aumento de incêndios florestais nas regiões administrativas de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), Franca (a 400 km), Barretos (a 423 km) e São Carlos (a 232 km) neste ano foi percentualmente superior à média do Estado.

Segundo balanço da operação Corta Fogo, do governo do Estado, a média de expansão de focos nos municípios da região variou entre 158% e 588% na comparação de janeiro a 1º de setembro de 2013 e 2014. O percentual no Estado foi de 131%.

Franca teve o maior crescimento, passando de 50 focos no ano passado para 344 neste ano.

Já Ribeirão Preto teve os números mais baixos em relação às regiões vizinhas: saltou de 104 para 268 entre 2013 e 2014, também entre os meses de janeiro e setembro.

As quatro regiões administrativas estão entre as cinco do Estado com maior crescimento no número de focos de incêndio.

São José dos Campos (a 97 km de São Paulo), com aumento de 206%, é a única com números comparáveis à região.

Editoria de Arte/Folhapress

Os dados da operação Corta Fogo são feitos com base em informações do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que identifica focos de incêndio via satélite.

O tempo seco é, de acordo com o coordenador de fiscalização da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Ricardo Viegas, a principal causa do crescimento.

"A última vez que essa situação climática ocorreu foi há praticamente um século."

A operação Corta Fogo é coordenada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente, mas tem a participação de diversos órgãos e instituições públicas e privadas.

Viegas disse que o trabalho de combate aos incêndios é feito por meio de parcerias com 149 empresas com brigadas de incêndio, além de defesas civis, Corpo de Bombeiros, concessionárias de rodovias e Polícia Ambiental.

"Todo o trabalho tem sido feito em parceria, pois só o Corpo de Bombeiros não consegue combater todas essas queimadas", afirmou.

Viegas disse que a expectativa é que em outubro, com a eventual volta das chuvas, o número de incêndios caia.

Edson Silva/Folhapress
Redemoinho originado em lavoura de cana em Barrinha, na região de Ribeirão Preto
Redemoinho originado em lavoura de cana em Barrinha, na região de Ribeirão Preto

FENÔMENO CLIMÁTICO

Um redemoinho se formou nesta quinta-feira (18) em uma propriedade rural entre Barrinha (a 337 km de São Paulo) e Sertãozinho (a 333 km), às margens da rodovia Carlos Tonani (SP-333).

Segundo o pesquisador Orivaldo Brunini, climatologista da Secretaria de Estado da Agricultura, o fenômeno é comum em períodos de grande seca e calor.

"Há um aquecimento diferencial. Com o tempo seco, a superfície tem temperaturas que variam e o vento toma direções diferentes em função disso", afirmou.

Ainda de acordo com ele, com o tempo úmido o ar iria evaporar, situação que não ocorre neste período de estiagem no interior do Estado.

"Isso impede que ele se aqueça tanto em contato com o solo e forme redemoinhos."


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