Folha de S. Paulo


Com seca, fogo atinge Mata de Santa Tereza, em Ribeirão, pelo 18º dia

O fogo voltou a atingir a Mata de Santa Tereza, em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), na tarde desta quarta-feira (17).

É o 18º dia com registro de incêndios no local.

Desde o dia 31 de agosto, a mata registra focos de queimadas que são controlados, mas que acabam voltando por causa do tempo seco.

Na tarde desta quarta-feira, houve grandes focos no meio da estação florestal e toda a equipe do Corpo de Bombeiros de Ribeirão Preto foi deslocada para o local.

A Mata de Santa Tereza é considerada a maior reserva ambiental do município.

Na primeira queimada, 46% da área de 154 hectares foram consumidos pelo fogo.

O Corpo de Bombeiros teve o auxílio de aviões pulverizadores e de um helicóptero para jogar água nas áreas em que não era possível acessar por terra.

Impulsionadas pela seca e pelo vento, as chamas se espalharam e resistiram ao combate do Corpo de Bombeiros até 3 de setembro, quando a chuva eliminou alguns focos e resfriou a área.

Desde que os principais focos foram contidos, a fumaça começa normalmente à tarde, horário de maior calor e de menor umidade do ar.

Para evitar que focos atinjam a parte da mata que foi preservada, equipes da Fundação Florestal, que cuida da mata, e os bombeiros fizeram ações chamadas corta-fogo. Ainda não há dimensão da área atingida nesta quarta.

A Polícia Militar Ambiental concluiu que velas usadas em um ritual religioso deram origem ao incêndio no último dia de agosto.

Edson Silva/Folhapress
Mata na fazenda experimental de Ribeirão, às margens da av. Bandeirantes, registra incêndio nesta 4ª
Mata na fazenda experimental de Ribeirão, às margens da av. Bandeirantes, registra incêndio nesta 4ª

O testemunho de moradores da região e restos de velas no local onde o incêndio começou serviram para que a polícia chegasse à origem.

O capitão Luciano Fraga, que comanda a Polícia Ambiental, disse que não foi possível identificar os autores.

"Se o autor fosse identificado, responderia por incêndio acidental, já que a pessoa provavelmente não tinha a intenção de causar esse fogo."

Técnicos da Fundação Florestal também encontraram marcas de velas no local.

Na semana passada, o gerente da fundação, Edson Montilha, disse que a mata, no passado, era usada para oferendas. Como o acesso do público ao local foi dificultado, religiosos passaram a utilizar áreas próximas.

O gestor disse que planeja aumentar ainda mais a distância entre a mata e o acesso do público.

O processo de reflorestamento da Mata de Santa Tereza também vem sendo discutido pelo órgão estadual, que deve recompor a área devastada com verba do Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental.

O custo está estimado em até R$ 500 mil e o tempo de replantio deve ser de quatro anos.

No mesmo momento em que a mata tinha novo fogo, uma outra, às margens da avenida Bandeirantes, nas proximidades do campus da USP (Universidade de São Paulo), também foi atingida por um incêndio.


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