Folha de S. Paulo


Prefeitura de Ribeirão Preto não tem mais prazo para reabrir Maurilio Biagi

Após prometer para este mês a reabertura do parque Maurilio Biagi, a Prefeitura de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) não tem mais data prevista de quando o local poderá ser frequentado novamente.

Nesta terça-feira (16), o governo da prefeita Dárcy Vera (PSD) informou à Folha, em nota, que "o parque será reaberto quando as obras [para impedir o acesso de capivaras] forem concluídas".

No entanto, a prefeitura ainda não publicou nenhum edital de licitação para contratar uma empresa para realizar as obras.

O parque foi interditado em julho devido à infestação de carrapatos-estrela, em decorrência das capivaras que circulam no local.

À época, a Folha publicou reportagem que dizia que a reabertura ocorreria somente em dezembro. A administração contestou a informação e, em nota, afirmou que o mês era setembro, o que não ocorrerá.

Durante o período de fechamento, segundo o governo alegou à época, o parque passaria por serviços de manutenção e obras.

Edson Silva/Folhapress
Vista do parque Maurilio Biagi, interditado desde julho e que não tem data para reabrir
Vista do parque Maurilio Biagi, interditado desde julho e que não tem data para reabrir

Moradores da região disseram que o Maurilio Biagi é a única alternativa de lazer gratuito no local, principalmente aos finais de semana.

"Não tem outro parque ou praça próximos daqui. Não dá nem para praticar esportes", disse o motoboy Flávio Juliano Ferreira, 25.

Avó de quatro crianças, a cozinheira Elizabete França, 56, disse que costumava levar os netos ao parque aos finais de semana.

"Agora a gente tem de pegar carro ou ônibus e ir até o Curupira. Ficou mais difícil."

Sem data prevista para reabrir, a população de Ribeirão conta com três dos cinco parques para lazer.

O Roberto de Melo Genaro, na avenida Caramuru, e o Rubem Cione, na zona oeste, não têm previsão de quando serão abertos.

O primeiro fechou em outubro do ano passado após uma queda de pedras.

Duas licitações foram abertas, mas não houve empresas interessadas. Já o segundo nunca foi aberto.

Enquanto o governo não faz as obras para impedir o acesso das capivaras ao Maurilio Biagi, os animais têm circulado livremente pelo local.

A comerciante Mariana Gomes, 34, fotografou um grupo de capivaras perto da grade do parque, na noite do último dia 12. "Venho caminhar aqui e fiquei assustada quando vi o grande número de capivaras", afirmou.

A prefeitura já disse que as capivaras que circulam no parque são originárias do campus da USP. No entanto uma pesquisa coordenada pelo professor Carlos Alberto Perez, entomólogo da universidade, constatou que não são os mesmos animais.

Segundo ele, uma grande queda d'água impede que as capivaras do campus acessem a cidade.


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