Folha de S. Paulo


Justiça determina reabertura de investigação em Barretos

O prefeito de Barretos (a 423 km de São Paulo), Guilherme Ávila (PSDB), é suspeito de receber propinas, no valor total de R$ 80 mil, de empresários envolvidos no caso que ficou conhecido como "Máfia do Asfalto".

Ávila foi denunciado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) de São José do Rio Preto em novembro, mas o caso havia sido arquivado em fevereiro deste ano.

No entanto, em nova análise dos documentos, o TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) determinou pela reabertura da ação penal contra o prefeito, que apura suposta fraude em licitações e corrupção.

Em nota, a prefeitura disse que Ávila encara a situação com "tranquilidade" e que desde o início já se colocou à disposição para colaborar com as investigações.

Na decisão de desarquivamento do caso, o desembargador José Antonio de Paula Santos Neto afirmou que foram encontradas anotações que mostram eventuais valores pagos pela quadrilha ao município de Barretos.

Márcia Ribeiro - 27.abr.2013/Folhapress
O prefeito de Barretos, Guilherme Ávila (PSDB), durante evento do governo de São Paulo
O prefeito de Barretos, Guilherme Ávila (PSDB), durante evento do governo de São Paulo

As anotações constam em uma planilha encontrada na casa de Olívio Scamatti –empresário apontado como líder do esquema de fraude que pode ter desviado até R$ 112 milhões de mais de 60 cidades do interior do Estado– em diligência em abril de 2013.

Os pagamentos a que se referem as anotações teriam sido efetuados em março do ano passado, três meses após Ávila assumir a prefeitura, em três parcelas. Daí a suspeita de que o prefeito seria o beneficiado.

À época das denúncias, a Prefeitura de Barretos suspendeu dois contratos que tinha com a empresa de Scamatti, a Scamatti & Seller. Um deles, para a construção de uma estação de tratamento de água, foi cancelado, após a prefeitura constatar erros no projeto.

No entanto, a prefeitura ainda tem contrato com a empresa para obras antienchente na cidade, no valor de R$ 11,6 milhões.

Em nota, a prefeitura informou que o nome de Ávila não aparece nas anotações e que desconhece os motivos da Promotoria para a suspeita.


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