Desde 2008 Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) não registrava média de temperatura tão alta para o mês de agosto como neste ano.
A média de máximas registrada neste ano foi 29,7ºC. Há seis anos o registro foi de 29,8ºC.
A temperatura máxima registrada no mês chegou a 32,2ºC, de acordo com dados do Ciiagro (Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas).
Em 2008, a cidade ainda registrou sete dias com chuva (19 milímetros no total), diferentemente deste ano, que não teve chuva em agosto.
A sequência de dias sem nuvens e chuva, segundo meteorologistas, amplia a sensação de calor na cidade.
Há seis anos não chove em agosto em Ribeirão Preto.
A meteorologista Ana Ávila, do Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura), órgão da Unicamp, afirmou que agosto é o pior mês em chuvas, mas não tem temperaturas elevadas sempre.
"Estamos em um ano com temperaturas acima da média para o período e, com a seca, as pessoas passam a ter sensação de mais calor."
A meteorologista associou também o calor à alta existência de queimadas e consequentes quedas na umidade relativa do ar.
O número de queimadas registradas em agosto superou o total dos sete primeiros meses do ano na região de Ribeirão Preto.
De janeiro até o final de julho, as 93 cidades da região registraram 372 focos. Em agosto, o número subiu para 774 ""402 a mais, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Em agosto, Ribeirão Preto chegou a ficar em estado de alerta em função dos baixos níveis de umidade do ar, que chegou a ser de 13,7%. O índice é comparável ao registrado no deserto do Saara.
Além de agosto, 2014 teve o mês de junho como o mais quente dos últimos dez anos. A média das altas na temperatura no primeiro mês do inverno foi de 27,3°C.