Folha de S. Paulo


Movimento picha espaços públicos em Ribeirão Preto em boicote à eleição

Pichações e cartazes em locais proibidos. É desta forma que jovens, integrantes de um movimento recém-criado em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), estão protestando contra o voto nas eleições de outubro.

Reunidos no Comitê de Boicote à Farsa Eleitoral, os manifestantes já picharam o Palácio Rio Branco, prédio histórico que abriga a prefeitura –onde também lançaram balões com tintas roxa e vermelha–, muro de escola, prédios e praças.

Já os jovens do movimento Unidade Vermelha estão colando cartazes em postes, prática que é vedada por uma lei municipal.

As ações começaram no último dia 20 de agosto e serão intensificadas, de acordo com os manifestantes.

Os próprios jovens compartilham as pichações e imagens dos cartazes colados em fotos publicadas em seus perfis em redes sociais.

"O comitê é aberto. Por este motivo, fica impossível controlar tudo o que se faz", disse um dos integrantes, que não quis se identificar.

Divulgação
Pichação feita por integrantes de movimento no prédio da Prefeitura de Ribeirão Preto
Pichação feita por integrantes de movimento no prédio da Prefeitura de Ribeirão Preto

Ainda segundo ele, a pichação é "uma forma de propaganda revolucionária".

Para os integrantes dos movimentos, a eleição é um "jogo de cartas marcadas" e é preciso que a população se abstenha do voto para que exista uma reforma política.

A prefeitura repintou o Palácio Rio Branco, mas fez fotos e registrou um boletim de ocorrência na polícia.

A pichação é considerada crime ambiental e a pena é de três meses a um ano de detenção, além de multa.

Em patrimônio tombado, como no caso da prefeitura, a prisão é de seis meses a um ano.

De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, a GCM (Guarda Civil Municipal) também encaminhou uma denúncia ao promotor Sebastião Sérgio da Silveira.

Os guardas também irão intensificar a ronda em prédios públicos para coibir as pichações e depredações, segundo a administração.


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