Folha de S. Paulo


Na região de Ribeirão Preto, 'Cidades da laranja' crescem menos no ano

Enquanto a população nas dez maiores cidades da região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) cresceu 1% em 2014, nas cidades com forte produção da laranja –setor que passa por crise– o crescimento populacional foi de somente 0,3%.

Os dados são da estimativa populacional do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada nesta quinta-feira (28).

O crescimento de 1% na região, ainda assim, é inferior ao registrado em 2013, que teve aumento de 4,4% no total de habitantes em relação ao ano anterior.

A estimativa da população de Ribeirão Preto foi a que teve o maior crescimento em 2014. A população da cidade aumentou 1,3% e passou a ter 658.059 habitantes.

Bebedouro (a 381 km de São Paulo), a principal cidade citricultora da região, foi a que teve o menor crescimento –de 0,1% em comparação com 2013. De acordo com a estimativa, o município ganhou apenas 71 habitantes em um ano.

Itápolis (a 359 km de São Paulo), com crescimento de 0,5%, Matão (a 305 km de São Paulo) 0,6% e Taquaritinga (a 330 km de São Paulo) 0,3%, que também têm forte influência da cultura da laranja, tiveram os menores crescimentos. A crise do setor atinge sobretudo a agricultura familiar, com safras elevadas e o avanço de doenças nos pomares.

Editoria de Arte/Folhapress

Lucas Gibin Seren, diretor do desenvolvimento econômico de Bebedouro, afirmou que a cidade perdeu a atração que exercia nas localidades vizinhas devido à crise.

Segundo ele, também foi verificado um recuo na arrecadação tributária. Por isso, o município estuda ações para atrair novas empresas, principalmente de logística.

"No dia a dia a gente sente o êxodo dos jovens, que saem de nosso município para estudar e trabalhar e não voltam", disse. "Queremos que a cidade se torne um polo de serviços e de educação para parar esse processo."

Segundo Seren, a desaceleração no crescimento da cidade faz com que o município pense em formas alternativas de administração.

"É preciso privilegiar a atração de empresas e melhorar a qualidade dos serviços para a população idosa, principalmente na saúde", disse.

Claudio Miranda, docente da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade), da USP Ribeirão, disse que é preciso levar em consideração que a região aumentou a escolaridade de sua população nos últimos anos, o que pode resultar em um menor número de filhos por mulher.

Dárcy Vera (PSD), prefeita de Ribeirão, que segundo a estimativa do IBGE é a 11ª cidade mais populosa do país excetuando-se as capitais, disse que trabalha para melhorar a mobilidade urbana devido ao crescimento local.


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