Folha de S. Paulo


Seca eleva custos e cidades estudam aumentar tarifas na região de Ribeirão

Ao menos seis cidades da região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) estudam aumentar a tarifa da água por causa da alta nos custos causados pela seca.

A medida pode impactar cerca de 247 mil pessoas em Batatais (a 352 km de São Paulo), Bebedouro (a 381 km de São Paulo), Brodowski (a 339 km de São Paulo), Santa Rita do Passa Quatro (a 253 km de São Paulo), Tambaú (a 257 km de São Paulo) e Américo Brasiliense (a 285 km de São Paulo).

Em Casa Branca (a 240 km de São Paulo), a prefeitura já aumentou a tarifa para R$ 1,76 por mil litros. O valor é 2,6 vezes maior que o anterior. Desde maio, a cidade enfrenta racionamento e, atualmente, o corte de água é feito por 15 horas.

Em todos os casos, as prefeituras alegam que a estiagem obrigou medidas alternativas para levar água às moradias, o que encareceu os procedimentos.

Segundo Luiz Carlos Fernandes Bueno, diretor do departamento de água de Casa Branca, o aumento elevado ocorreu porque a tarifa estava "congelada" desde 1989.

Ainda segundo Bueno, com o racionamento, funcionários do departamento precisaram fazer horas extras para monitorar o sistema.

Em Brodowski, a quebra de uma bomba de captação em um poço fez a prefeitura gastar 76,7% a mais para garantir o abastecimento da população durante 36 dias. A prefeitura precisou alugar uma nova bomba, além de gastar com a instalação do equipamento e caminhões-pipa.

Edson Silva - 26.ago.2014/Folhapress
Régua de medição em represa de Santa Rita do Passa Quatro
Régua de medição em represa de Santa Rita do Passa Quatro

O custo mensal que era, em média, de R$ 390 mil, passou para R$ 700 mil em agosto.

Olavo Dalpogeto, diretor do departamento de água do município, disse que a prefeitura já planejava reajustar a tarifa, que tem o mesmo valor há 15 anos. O aumento de 58% deve entrar em vigor até outubro, segundo o diretor.

Em Bebedouro, o Saaeb (serviço de água e esgoto) estima ter elevado em 10% o gasto com captação e distribuição de água neste ano, por precisar de servidores 24 horas por dia devido à estiagem.

Gilmar Feltrin, diretor do Saaeb, disse que a tarifa está defasada, mas não poderá ser reajustada em um período de crise hídrica. "A população está sem água e nós vamos aumentar a tarifa? Não dá para fazer isso. Nós já temos estudo porque, se não reajustar, o departamento quebra."

Em Tambaú, que "importa" água de uma represa particular desde maio, os custos foram elevados entre 40% e 50%. A prefeitura disse que o reajuste, apesar de necessário, não será feito este ano.

Santa Rita também teve aumento de custos pela "importação" de água de uma represa particular. A prefeitura disse que estuda o reajuste.

Em Américo Brasiliense e Batatais, as prefeituras estudam os reajustes para 2015 porque a seca "escancarou" a necessidade de investimentos.


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