Folha de S. Paulo


'Cavaleiro das Américas' é ovacionado ao chegar à Festa do Peão de Barretos

O brasileiro que andou dois anos, um mês e 15 dias de Calgary, no Canadá, até Barretos (a 423 km de São Paulo), chegou na noite deste sábado (23) na Festa do Peão de Boiadeiro.

Após percorrer 16 mil quilômetros, Filipe Masseti Leite, 27, de Espírito Santo do Pinhal (a 189 km de São Paulo), entrou na arena após uma grande festa no estádio, que contou com a presença da direção do Os Independentes, que organiza o evento e um dos patrocinadores da viagem.

Após ser ovacionado pelo público e receber diversas homenagens, o Cavaleiro das Américas, como ficou conhecido, inaugurou um monumento em sua homenagem no Parque do Peão –um conjunto de estátuas feitas de fibra com bronze representando ele e seus três cavalos: dois da raça quarto de milha (Frenthie e Bruiser) e um mustang (Dude).

Ele diz esperar que o monumento sirva de inspiração para as pessoas. "Quero que vejam e pensem que é possível alcançar os seus sonhos. Basta acreditar."

Edson Silva/Folhapress
O Cavaleiro das Américas Filipe Masseti Leite, 27, acena da arena para o público na sua chegada à Festa do Peão de Barretos
O Cavaleiro das Américas Filipe Masseti Leite, 27, acena da arena para o público na sua chegada à Festa do Peão de Barretos

Após a viagem, Filipe, que é jornalista, diz que vai escrever um livro e produzir um documentário sobre a jornada. A intenção é viajar para lançar os "produtos" por vários países.

Sobre a emoção de entrar na arena de Barretos, Filipe diz que chora há dois dias por conta da realização.

"Batalhei muito para chegar até aqui. Há dois anos eu não tinha nada. Não tinha uma ferradura para fazer essa viagem. Agora estou aqui. Sonhei os últimos quatro anos com isso. Hoje é o dia mais feliz da minha vida. Se eu viver mais cem anos nunca vou esquecer desse dia", afirma o cavaleiro.

Sobre as críticas que ele recebe na internet por supostamente submeter os cavalos a um esforço físico desnecessário, Filipe responde que não existe maus tratos e que os animais são bem cuidados.

"Eu fico muito triste com esses comentários. Eu só comia depois que os cavalos comiam. Eu só descansava depois que eles descansavam. Hoje os animais estão inteiros, maravilhosos. Todo mundo elogia o estado de saúde deles", afirma.

O cavaleiro diz que os críticos desconhecem como é lidar com cavalos.

"É gente que não tem cavalo, que nunca teve um animal desse porte. Isso dói no coração, fico muito triste, depois de tudo que eu passei, do meu esforço. Esses cavalos são meus filhos."

* O jornalista se hospedou em Barretos a convite de Os Independentes.


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