Folha de S. Paulo


Grevistas da USP bloqueiam entradas do campus em Ribeirão Preto

Servidores grevistas da USP em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) bloquearam a entrada pela avenida Bandeirantes e fizeram um protesto em frente ao portão da avenida do Café, retardando o acesso à instituição.

Na avenida do Café, a fila de veículos ultrapassava 1 km e os motoristas aguardavam até uma hora e meia para entrar no campus.

A greve dos funcionários que trabalham no setor administrativo da USP já dura 85 dias em Ribeirão.

A mestranda em enfermagem Natália Maria Vieira, 56, esperava há uma hora para entrar na universidade. A aluna disse que desde o primeiro semestre encontra dificuldade para dar continuidade à sua pesquisa por conta da greve.

"Não temos acesso à biblioteca e o laboratório de informática está sem manutenção, por isso, estou tendo dificuldade para pesquisar. Meu medo é de que isso atrase o meu mestrado", disse Natália.

Edson Silva/Folhapress
Servidores em greve da USP em Ribeirão Preto fizeram manifestação na manhã desta quarta-feira
Servidores em greve da USP em Ribeirão Preto fizeram manifestação na manhã desta quarta-feira

Os trabalhadores entraram em greve no dia 27 de maio, contrários à proposta do reitor, Marco Antonio Zago, de não conceder reajuste salarial à categoria.

O reitor diz que a universidade enfrenta uma crise financeira, que tem como uma das principais causas um "erro de gestão" que "inflou" a quantidade de funcionários não docentes em vez de priorizar os que dão aulas.

Desde 2013, os gastos com folha de pagamento superam a totalidade do orçamento da universidade, que deve receber R$ 5 bilhões do Estado em 2014. Assim, a instituição tem sido obrigada a usar suas reservas financeiras.

O reajuste pedido por eles é de 9,78%. Os servidores, tradicionalmente, recebem aumento nos salários em maio –em 2013 foi de 5,39%.

Servidores públicos da Universidade de São Paulo e a reitoria da instituição se reúnem nesta quarta-feira em uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho. O objetivo é tentar pôr fim a greve.

Em São Paulo, PM e grevistas entraram em confronto na zona oeste na manhã desta quarta.


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