Folha de S. Paulo


Ministério Público determina prazo para limpeza de lagoas em Ribeirão

Após sete meses de inquérito, a Promotoria impôs prazos para que a Prefeitura de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) inicie o processo de limpeza e desassoreamento das lagoas na região do Parque dos Lagos, na zona leste.

A área é zona de recarga do aquífero Guarani, ou seja, tem a capacidade de absorver água que chega ao solo até o nível do reservatório. A região é também uma área de preservação ambiental.

O local, porém, acumula lixo e outros problemas, como a perda de volume das lagoas e o despejo de água sem tratamento, como a utilizada para lavar calçadas.

Há também suspeita de que a lagoa receba esgoto de condomínios da região, questão investigada pelo Gaema (Grupo de Atuação Especial em Defesa do Meio Ambiente) e Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica).

Em uma audiência realizada no Ministério Público nesta segunda-feira (28) ficou determinado que a Prefeitura de Ribeirão Preto tem dez dias para apresentar o pedido de licenciamento para iniciar a limpeza das lagoas.

Edson Silva/Folhapress
Lixo ao redor da lagoa da nascente do córrego das Palmeiras, área de recarga do aquífero
Lixo ao redor da lagoa da nascente do córrego das Palmeiras, área de recarga do aquífero

O trabalho só pode ser realizado com o aval da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).

Além disso, a administração tem 30 dias para apresentar estudo de fauna do local, para que seja feita a retirada de peixes, que foram colocados artificialmente na lagoa.

Só após esta retirada a prefeitura poderá iniciar o trabalho de desassoreamento.

"Agora é o momento propício para fazermos isso", afirmou o secretário do Meio Ambiente, Daniel Gobbi.

Segundo ele, a estiagem causou o rebaixamento do nível da lagoa, o que poderá facilitar os trabalhos que devem ser feitos no local.

Para a promotora do Gaema Cláudia Maria Habib, novos prazos poderão ser estabelecidos após apresentação da licença e estudo.

Em março, o Gaema ajuizou uma ação civil para que a Prefeitura de Ribeirão Preto realizasse a retirada imediata de aguapés que proliferaram em excesso.

A suspeita, na época, era que o excesso da planta poderia ter sido a causa da mortandade de peixes no local, o que acabou não sendo confirmado posteriormente.


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