Folha de S. Paulo


Comitê do rio Pardo pede R$ 15 mi para casos de emergência climática

Com uma das piores estiagens, que resultou no mais baixo nível do rio Pardo em 50 anos, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, na região de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), pediu uma reserva de R$ 15 milhões para o Estado para situações de emergências climáticas.

A solicitação foi feita nesta quinta-feira (24) durante audiência pública da Lei Orçamentária de 2015 do Estado de São Paulo.

O valor seria utilizado para atender municípios com problemas provocados por fenômenos climáticos, como estiagem e temporais.

A seca atual, por exemplo, provocou uma crise hídrica em ao menos 14 das 23 cidades abastecidas pela bacia. Esses municípios já decretaram estado de alerta, emergência ou calamidade pública, segundo o comitê.

Renato Crivelenti, secretário-executivo do comitê, disse que, se o orçamento estadual já tivesse uma reserva prevista para esse tipo de emergência, os municípios com problemas para abastecimento neste ano poderiam ser ajudados.

"Ao invés de deixarmos uma cidade como Brodowski (339 km de São Paulo), que tem uma condição financeira complicada, gastar R$ 300 mil para abastecer a cidade com caminhões-pipa, o comitê poderia dar o aporte", afirmou Crivelenti.

Brodowski está há oito dias sem abastecimento direto para as casas de 60% da população –cerca de 13,6 mil pessoas– devido à quebra de uma bomba de captação.

Maurício Hoffmann, assessor técnico da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional de São Paulo, disse que a demanda passará por uma avaliação técnica e, depois, será submetida à aprovação do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

"Seria interessante se todos os comitês no Estado fizessem o mesmo pedido, porque se trata de questão política", afirmou Paulo Finotti, vice-presidente do comitê.

Em Ribeirão Preto, a ponte na avenida Paris, que desabou em abril após uma forte chuva, também poderia ser contemplada caso houvesse a verba –e, segundo Finotti, se a prefeitura apresentasse um projeto.

Edson Silva/Folhapress
Área de recarga do aquífero Guarani, em Ribeirão, que sofre influência da forte estiagem
Área de recarga do aquífero Guarani, em Ribeirão, que sofre influência da forte estiagem

PROBLEMAS

Durante a audiência, prefeitos expuseram problemas em relação à gestão dos recursos hídricos nas cidades.

Todos eles pediram ajuda ao governo para solucionar os problemas.

O prefeito Raul Gírio (PSDB), de Jaboticabal (342 km de São Paulo), disse que a estação de tratamento de água e esgoto apresenta danos estruturais e corre o risco de rompimento.

Já os prefeitos de Pontal (351 km de São Paulo) e Jardinópolis (334 km de São Paulo) disseram que as águas dos rios Pardo e Mogi estão sendo contaminadas pela falta de tratamento de esgoto. "A obra da estação começou e não acabou", disse André Luís Carneiro (PSB), de Pontal. Segundo ele, faltam R$ 1,8 milhão. José Jacomini (PPS), de Jardinópolis, pediu uma estação de tratamento.


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