Folha de S. Paulo


Número de queimadas na região de Ribeirão Preto é o maior em 7 anos

O número de queimadas na região de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) em 2014 já é o maior dos últimos sete anos. De 1º de janeiro até terça-feira (22) 93 cidades registraram 357 focos.

É a maior quantidade desde 2007, quando foram registradas 706 ocorrências.

As números são do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que registra os focos para controle e prevenção de queimadas.

Em relação a 2013, o número de focos subiu 97%. No ano passado foram registradas 181 queimadas na região. Em 2012 foram 191 registros e no ano anterior, 224. Já em 2010, 2009 e 2008 foram 348, 157 e 129 casos, respectivamente.

De acordo com o Inpe, o aumento em 2014 é resultado da longa estiagem deste ano.

Os números são do chamado "satélite referência", indicado pelo instituto para fazer comparações de regiões entre períodos. Isso quer dizer que o número de queimadas pode ser ainda maior.

Edson Silva - 21.jul.2014/Folhapress
Funcionário de concessionária tenta apagar incêndio próximo à rodovia na região de Ribeirão
Funcionário de concessionária tenta apagar incêndio próximo à rodovia na região de Ribeirão

O Inpe faz essa orientação para evitar que haja duplicidade de registros já que, se o levantamento for realizado usando vários satélites, um mesmo foco pode ser registrado várias vezes.

O satélite registra fogo com cerca de 30 metros de extensão por 1 metro de largura.

Segundo o pesquisador do Inpe Alberto Setzer, a situação pode piorar nos próximos meses, pois as chuvas devem voltar com mais intensidade só em meados de setembro.

De acordo com ele, o país precisa melhorar seus mecanismos de combate.

"Há prejuízos [com as queimadas] em todos os sentidos. Atrapalha o trânsito nas rodovias, podendo causar acidentes, destrói plantações, mata animais, causa problemas respiratórios no ser humano, e numa escala maior, contribui para o aquecimento global", disse.

O tenente Marcel Sangalli Filippin, comandante dos Bombeiros na região de Franca (400 km de São Paulo), disse que não há "atenção especial" para combater focos nas cidades que apresentaram o maior número de registros neste ano: Morro Agudo e Ituverava.

Editoria de Arte/Folhapress

"Treinamos brigadas. São funcionários capacitados para agir", disse.

O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) informou que a seca na região é uma das piores da história.

Na estação em São Carlos (232 km de São Paulo), choveu, desde o início do ano, 420,2 mm –a média histórica é de 852 mm. É o pior volume desde 1984, quando choveu só 329,5 mm. Na estação em Franca choveu 484,7 mm de janeiro a junho –a média histórica é de 892 mm para o período. É o pior volume desde 1961, quando começaram as medições.

O instituto informou que a temperatura pode cair nos próximos dias por causa de chuvas, que devem atingir boa parte do Estado. A expectativa é que na região de Ribeirão chova cerca de 40 mm nesta quinta (24) e sexta (25).


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