Folha de S. Paulo


Extintos, trólebus deixaram lacuna no transporte coletivo em Ribeirão Preto

Até o final da década de 1990, Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) tinha em seu sistema de transporte público 22 trólebus -ônibus movido a eletricidade-, além de dois terminais de ônibus na região central.

Ônibus e terminais foram eliminados no governo do tucano Luiz Roberto Jábali (1937-2004) por terem se tornados "obsoletos" e para supostamente melhorar a fluidez no trânsito. No entanto 15 anos depois o município ainda não criou alternativas para substitui-los.

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Terminal de ônibus na praça Carlos Gomes em 1964, na região central de Ribeirão Preto
Terminal de ônibus na praça Carlos Gomes em 1964, na região central de Ribeirão Preto

Em 1999, Jábali desativou os terminais Antônio Achê - onde foi construído o CPC (Centro Popular de Compras), que custou R$ 1,2 milhão à época, em valor nominal- e o Carlos Gomes, onde foi criada uma praça que custou R$ 394,45 mil à prefeitura.

A justificativa era de que a desativação faria o trânsito "andar", como preconizava o plano de modernização da Transerp (gerenciadora do transporte urbano). Até hoje, nenhum outro terminal foi feito pela prefeitura.

No dia 3 de julho daquele mesmo ano, os trólebus, que circulavam como uma opção a mais para o transporte público, encerraram as atividades em Ribeirão Preto.

Para a empresa, a tecnologia dos veículos elétricos que circulavam ligados por uma rede aérea de cabos de energia tornou-se ultrapassada.

Esse transporte gastava muita energia elétrica e tinha se tornado quase um transtorno no trânsito, já que os trólebus seguiam obrigatoriamente o mesmo percurso
-por causa da rede de energia aérea- e não conseguiam desviar caso algum obstáculo surgisse no caminho.

Os 22 trólebus, avaliados em cerca de R$ 700 mil, foram usados para pagar dívidas da própria Transerp.

"A tecnologia se tornou algo antiquado. No entanto não foi feito um planejamento de longo prazo para substituí-los", disse o professor de arquitetura e urbanismo do Centro Universitário Barão de Mauá Lelis Noronha Schneck. Para ele, a alternativa seria o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos).


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