Folha de S. Paulo


Autor diz não ter desistido de comercializar biografia não autorizada de Roberto Carlos

"O Roberto Carlos é terrível, mas eu também sou", disse o jornalista e historiador Paulo César Araújo, autor da biografia não autorizada do cantor Roberto Carlos.

Oito anos após o início da disputa judicial entorno de sua obra, Araújo disse que não desistiu de vê-la comercializada. Em 2007, a Justiça determinou o recolhimento de 11 mil exemplares do livro "Roberto Carlos em Detalhes".

Araújo participou neste sábado (17) de um Salão de Ideias na Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).

Também participaram do debate o deputado federal Newton Lima (PT), autor do projeto de lei que libera a produção de biografias não autorizadas, e o antropólogo Allan Rocha, especialista em direitos culturais.

Segundo ele, a esperança renasceu com a aprovação na Câmara dos Deputados da liberação das biografias não autorizadas. Apesar de o texto ainda precisar da aprovação do Senado e da sanção presidencial.

"Se houver a mudança na lei, Roberto Carlos será o último censor do Brasil e, o meu livro, a última obra a ser censurada", disse Araújo.

Para Rocha, mesmo que aprovada, a lei não deve encerrar o debate sobre a liberação das biografias e do direito à privacidade, mas já seria um "avanço".

A publicação das biografias está em análise no STF (Supremo Tribunal Federal). Na quinta-feira (15), Roberto Carlos entrou com um pedido no tribunal para participar do processo de discussões.

Ele, inclusive, criou em dezembro o Instituto Amigo para poder participar do caso como "amicus curiae" (parte interessada na causa).

A polêmica das biografias se acirrou em outubro do ano passado, quando músicos do Procure Saber –Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Djavan, Milton Nascimento, Erasmo Carlos e Roberto Carlos– passaram a defender com afinco o direito de vetar obras feitas sem a permissão dos familiares ou do biografado.


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