Folha de S. Paulo


Gestante morre após descobrir tumor e fazer cesárea para salvar o filho

Após começar a namorar, descobrir a gravidez e se casar, a gestante Patrícia Alves Cabrera, 27, se viu obrigada a dar à luz para salvar o filho com apenas seis meses de gestação.

O nascimento do prematuro, Arthur, ocorreu no dia 14 deste mês, e Patrícia, que descobriu um tumor no fígado em outubro do ano passado, morreu no dia 17, três dias depois de se tornar mãe.

O caso comoveu o município de Araraquara (273 km de São Paulo), no interior de São Paulo, mobilizando milhares de pessoas.

Uma campanha está sendo realizada via redes sociais para arrecadar dinheiro para o pai, Felipe Cabrera Padovani, 26, que é garçom, pagar os custos do hospital onde o bebê está internado.

De acordo com ele, a diária na UTI neonatal do Hospital São Paulo, onde o filho está internado, custa R$ 4.000.

Em uma rede social foi criada a página "Amigos da Patrícia, Felipe e Arthur", que já mobilizou mais de 8.600 pessoas, com objetivo divulgar informações sobre como ajudar pai e filho.

Além disso, estão surgindo ações individuais, como rifas, que são divulgadas na página. Hoje, as despesas com o hospital já chegaram a R$ 50 mil, segundo Padovani, que teme ser obrigado a transferir a criança para um hospital público.

"Meu filho exige muitos cuidados, ainda corre risco de infecção e tem pelo menos três meses pela frente no hospital", disse ele, que entrou com pedido de liminar na Justiça para obrigar o governo do Estado a custear o tratamento do filho.

Reprodução/Facebook
Felipe e Patrícia, que se casaram, em Araraquara, após ela descobrir a gravidez
Felipe e Patrícia, que se casaram, em Araraquara, após ela descobrir a gravidez

Patrícia viu o filho apenas uma vez, no dia seguinte ao seu nascimento.

Ela já havia tratado, há dois anos, um câncer de mama.

Felipe conta que conheceu a mulher no restaurante onde ele trabalha.

Eles começaram a namorar em julho do ano passado. Em outubro ela descobriu a doença no fígado. Os médicos que a acompanhavam diziam que a gravidez poderia prosseguir normalmente.

Felipe afirmou que em março deste ano médicos do Hospital do Câncer de Barretos (423 km de São Paulo) disseram que a doença estava controlada, mas que a situação se agravou neste mês.

"Foi tudo muito rápido. Em poucos dias, tudo mudou de repente", afirmou.

Patrícia foi submetida a uma cesariana de urgência no dia 14.

"Preciso ser forte agora, meu filho precisa de mim", afirmou.


Endereço da página: