Folha de S. Paulo


Agrishow é aberta com críticas à política do governo Dilma para o setor

A Agrishow, maior feira do agronegócio da América Latina, começou nesta segunda-feira (28) em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) marcada por severas críticas ao governo federal.

Presidentes de entidades, além da própria organização da feira, cobraram na abertura do evento políticas públicas que favoreçam a agricultura, historicamente apontado como o melhor desempenho na balança comercial do país.

Neri Geller, ministro da Agricultura, que representou a presidente Dilma Rousseff (PT), disse que o governo dialoga constantemente com o setor.

O presidente da feira, Maurilio Biagi Filho, disse que a presidente comete um "equívoco" ao não comparecer ao evento, "ainda mais como candidata à reeleição".

Márcia Ribeiro/Folhapress
Imagem aérea da Agrishow, em Ribeirão Preto, maior feira do agronegócio da América Latina
Imagem aérea da Agrishow, em Ribeirão Preto, maior feira do agronegócio da América Latina

Dilma informou na sexta-feira (25) que não estaria em Ribeirão na Agrishow, que prevê movimentar ao menos R$ 2,6 bilhões em negócios até a próxima sexta-feira (2).

Para Biagi Filho, que foi cotado para ser candidato a vice na chapa de Alexandre Padilha (PT) ao governo de São Paulo, a Agrishow é um "palco político" neste ano.

"O julgamento dela [Dilma] eu não sei qual é [para não comparecer à feira]. Talvez não tenha vindo porque aqui é uma região com presença muito forte da cana e o pessoal do setor está muito bravo com ela", afirmou.

O setor sucroalcooleiro diz passar pela maior crise da história devido à política adotada por Dilma. Nas últimas cinco safras, 44 usinas fecharam, 33 estão em recuperação judicial e ao menos dez não irão moer cana neste ano.

O presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Luiz Aubert Neto, também criticou a política econômica.

Para ele, a alta carga tributária impede os investimentos e o crescimento da indústria de base brasileira.

"A política dos últimos oito anos está acabando com a indústria de base. Temos que desonerar o investimento. Nós vamos apoiar [na campanha eleitoral] quem tirar a carga tributária", disse.

Gustavo Junqueira, presidente da SRB (Sociedade Rural Brasileira), disse que nenhum político tem um projeto claro para o agronegócio.

Ele também criticou a política econômica externa. "Temos [no Brasil] uma cultura de hippie fazendo pulseirinha e querendo vender para todo mundo. Temos que produzir o que o mercado demanda, precisamos procurar novos mercados", disse.

A Agrishow tem previsão de receber 170 mil visitantes até a sexta-feira (2).


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