Folha de S. Paulo


Ciesp reprova e OAB defende discussão sobre mais vereadores em Ribeirão Preto

As entidades que lideraram a campanha contra o aumento de cadeiras no Legislativo de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) divergem quanto à decisão desta quarta-feira (23) do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), que aumentou de 22 para 27 o número de vereadores no município.

O empresário Guilherme Feitosa, diretor regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), afirmou que a entidade irá apoiar o Legislativo caso haja a decisão de recorrer da sentença.

"Nós não acreditamos que seja necessário este aumento de vereadores, que não atende aos anseios da população", afirmou.

Segundo ele, em 2012 a população se manifestou a favor da permanência das 20 cadeiras.

Após acordo feito entre o Ciesp e a Acirp (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto), com o apoio da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), a Câmara aprovou o recuo de 27 para 22 vagas.

Já o presidente da OAB, Domingos Stocco, afirmou por meio da assessoria de imprensa da instituição que "decisão não se discute, se cumpre".

Ele também afirmou que o aumento demanda a abertura de novo debate.Procurada, a Acirp não se manifestou.

O professor Vinícius Barros, 29, um dos integrantes do Movimento Panelaço, que na época acompanhou a discussão, afirmou que a decisão propicia maior representatividade da população.

No entanto ele afirmou que, com o atual conflito entre o Legislativo e os movimentos sociais, ele reprova o aumento do número de parlamentares.

O secretário da Cultura de Ribeirão Preto, Alessandro Maraca, afirmou que o aumento de cadeiras na Câmara é positivo, pois aumenta a representatividade da população no Legislativo.

"Minha atuação é focada na zona norte, que tem poucos representantes." Maraca é um dos cinco que seriam eleitos se fossem 27 as vagas.

Ele afirmou ainda que o aumento não traria impacto aos gastos públicos, pois as novas despesas cabem no orçamento atual da Câmara.

Já o vereador Samuel Zanferdini (PMDB) disse defender que a Câmara recorra, para manter a vontade popular.

Segundo Zanferdini, todo o processo eleitoral de 2012 foi organizado com base naquele número de cadeiras no Legislativo. Isso tem efeito direto nos partidos, como por exemplo o número máximo de candidatos que cada legenda pode lançar.


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