Ao menos 260 consultas médicas agendadas em cinco unidades de saúde de São Carlos (232 km de São Paulo) foram canceladas nesta quarta-feira (23), segundo dia de greve dos servidores municipais.
Além das consultas, que precisarão ser reagendadas na rede municipal, procedimentos médicos e de enfermagem foram suspensos em duas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e em três USFs (Unidades de Saúde da Família), de acordo com a Prefeitura de São Carlos.
A greve prossegue nesta quinta-feira (24), de acordo com o Sindicato dos Servidores da cidade, já que não houve acordo em reunião realizada na quarta-feira entre a categoria e a administração, na gerência regional do Ministério do Trabalho.
Edson Silva/Folhapress | ||
Servidores da saúde em frente à UBS do Cidade Aracy, em São Carlos; greve entra no 2º dia |
O governo fez nova proposta, a segunda desde o início das discussões, que contemplava reajuste salarial de 6,5%, sendo 5,68% referentes à correção da inflação pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), e 0,82% de aumento real.
A proposta inicial previa ganho real de 0,16%. A categoria quer, no entanto, 10% de reajuste salarial.
"Esse índice [oferecido pelo governo] já foi rejeitado, não atende o mínimo que a categoria pede. Amanhã [quinta-feira], nos reuniremos novamente", afirmou Adail Alves de Toledo, presidente do Sindspam (Sindicato dos Servidores Públicos e Autárquicos Municipais de São Carlos).
A UBS do bairro Cidade Aracy foi a mais atingida pela paralisação dos funcionários, seguida pela UBS do bairro Azulville.
VAZIO
Na unidade de saúde da família do Aracy, somente uma funcionária terceirizada e um dentista estavam no local no final da manhã desta quarta-feira.
Já na unidade do programa no bairro Antenor Garcia, um servidor disse que a unidade estava fechada desde a manhã, após representantes do sindicato irem até o local e convencerem os servidores a aderirem à paralisação.
No local, dez consultas terão de ser remanejadas.
Os servidores não informaram quais setores paralisarão as atividades nesta quinta-feira.
Na terça-feira (22), dia em que a greve foi iniciada, interromperam as atividades funcionários do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto de São Carlos), agentes de trânsito e a Secretaria do Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia.
ACORDO
A Prefeitura de São Carlos informou na quarta-feira, por meio de sua assessoria de imprensa, que acredita em um acordo com o Sindicato dos Servidores nesta quinta-feira, para evitar que a greve prossiga.
Segundo a administração, que confirmou ter feito a segunda proposta à categoria –de 6,5% de reajuste–, está prevista uma nova reunião na tarde desta quinta.
O encontro entre membros da diretoria do sindicato e da prefeitura tentará encerrar a paralisação.
Ainda de acordo com a assessoria do prefeito Paulo Altomani (PSDB), durante a reunião da quarta-feira foi solicitado que o sindicato respeite o percentual mínimo de trabalho e mantenha 30% de servidores nos setores e autarquias municipais.
O pedido, segundo o governo, foi feito para que não haja prejuízo aos serviços básicos à população.
Questionado, o sindicato informou cumprir essa determinação.