Folha de S. Paulo


Crescem multas e prisões da Lei Seca em Ribeirão Preto

O número de motoristas multados em blitze da Lei Seca mais que dobrou em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) nos primeiros três meses deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Segundo dados da Polícia Militar, que realiza as operações de fiscalização, foram 117 multas aplicadas de janeiro a março deste ano, ante 47 de igual período de 2013.

O número de prisões em flagrante por dirigir embriagado também cresceu. Foram 49 prisões neste ano, contra 30 de janeiro a março de 2013.

Dirigir sob efeito do álcool é considerado infração gravíssima e o valor da multa é de R$ 1.915,40, podendo dobrar em caso de reincidência. O motorista também fica com sua carteira de habilitação suspensa por 12 meses.

Silva Junior/Folhapress
Policiais militares durante operação de fiscalização com motoristas em via de Ribeirão
Policiais militares durante operação de fiscalização com motoristas em via de Ribeirão Preto

"A fiscalização da Lei Seca ocorre sobre uma possibilidade real de acidente", afirmou o especialista em trânsito José Bernardes Felex, docente aposentado da USP (Universidade de São Paulo).

"A sociedade fica mais protegida com o aumento na eficiência da fiscalização."

O coordenador da Comissão de Estudos em Trânsito da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Ribeirão Preto, Rodrigo Paschoaloto Geraldo, afirmou que, além da fiscalização, é preciso investir em educação preventiva.

"As pessoas têm princípios, que são formados com a educação."

Segundo o advogado, os motoristas têm direito de pedir o teste do bafômetro para provar inocência, mesmo se antes recusaram.

Os locais das blitze, batizadas de Operação Direção Segura, priorizam locais onde têm maior número de infrações, segundo afirmou a Polícia Militar.

A corporação informou que desde 2010 realiza as blitze semanalmente, de quinta-feira a domingo.

A fiscalização tem o objetivo de reduzir o número de acidentes relacionados à ingestão de bebidas alcoólicas, segundo informou a PM.

Desde dezembro de 2012, uma nova lei endureceu a fiscalização. A multa passou de R$ 947 para o valor atual e o teste do bafômetro deixou de ser o único meio para provar a embriaguez do condutor.

Hoje, o depoimento do policial e de testemunhas, vídeos e testes clínicos são aceitos como prova.

O limite legal de 6 dg/L (decigramas por litro) de álcool no sangue permanece. Índices abaixo deste patamar não são considerados crime, e o motorista é punido apenas com multa e a suspensão do direito de dirigir.


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