Folha de S. Paulo


Estudante de medicina afirma ter sido vítima de violência durante trote em Rio Preto

O estudante de medicina Luiz Fernando Alves, 22, afirmou ter sido vítima de um trote violento na terça-feira (18) por alunos veteranos da Famerp (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto), em São José do Rio Preto (438 km de São Paulo). Abalado, o jovem disse que quer a transferência do curso para uma outra universidade.

A festa foi realizada numa chácara. No boletim de ocorrência, Alves disse que foi agredido com chutes, tapas e golpes de garrafas pelos estudantes. Os veteranos ainda teria jogado cerveja e urinado em cima dele. O estudante afirmou que foi obrigado a ficar de joelhos, carregar dez garrafas de cerveja gelada na cabeça e que chegou a desmaiar, sendo socorrido por outros alunos.

A Polícia Civil investiga a denúncia. Por meio de sua assessoria, a direção da Famerp afirmou que abriu uma investigação sobre o caso e que vai punir "severamente" os responsáveis. A instituição afirmou ainda que repudia atos de violência e vandalismo praticados por alunos, e que os mesmos poderão ser identificados por fotos e vídeos.

O universitário alegou à polícia ter sido vítima de humilhação e violência durante a festa. À Folha, por telefone, Alves disse que estava muito abalado e que tenta a transferência para outra universidade. Para entrar na universidade, ele estudou durante quatro anos em um cursinho.

Após ter sido vítima das agressões, o estudante afirmou que falou aos calouros que levaria o caso para a direção da Famerp e que, por isso, chegou a ser ameaçado de morte. Com medo, o estudante relatou à polícia que ligou para a faculdade, registrou o boletim na polícia e viajou para a casa dos pais, em Contagem (MG).

Nesta segunda-feira (24), ele disse que fez um exame de corpo de delito na polícia local para comprovar as agressões sofridas.

A Famerp informou que o trote é proibido dentro da universidade e que na semana passada foram feitas reuniões entre o diretor geral, Dulcimar Donizeti de Souza, e alunos representantes de todas as séries, do Centro Acadêmico de Medicina e da Comissão de Formatura, para tratar do assunto e evitar casos como o relatado.

"Consideramos esses fatos inaceitáveis para conduta de futuros médicos", disse, em nota, o diretor da Famerp Dulcimar Donizeti de Souza.


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