Folha de S. Paulo


Procuradoria investiga gastos com a Stock Car em Ribeirão Preto (SP)

O Ministério Público Federal vai investigar a execução do convênio entre a Prefeitura de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) e o Ministério do Turismo para as provas da Stock Car.

A prestação de contas da prefeitura foi reprovada pelo Ministério do Turismo, que determinou a devolução de R$ 2 milhões em repasses. A prefeitura aceitou devolver o dinheiro e fez um acordo para parcelá-lo em 24 vezes.

Em janeiro, o procurador da República Carlos Roberto Diogo Garcia recebeu do Ministério do Turismo um ofício informando a reprovação do convênio e o acordo com o governo de Dárcy Vera (PSD).

Garcia afirmou que vai investigar a forma como foram utilizados os recursos e se houve atos de improbidade administrativa. O procurador acompanha a execução do convênio desde 2012.

Segundo Garcia, o fato de a prefeitura ter devolvido o dinheiro não a isenta de responsabilidade sobre eventuais irregularidades.

A administração informou, por meio de nota, que aceitou a devolução dos recursos para não comprometer o recebimento de verbas federais.

Se não devolvesse o dinheiro, após a reprovação das contas, a prefeitura poderia ter o recebimento de repasses federais suspenso.

O convênio reprovado foi assinado em 2010, primeiro ano das provas da Stock Car em Ribeirão Preto.

Márcia Ribeiro - 11.ago.2013/Folhapress
Carros da Stock alinhados no grid para prova em ruas do distrito industrial de Ribeirão Preto
Carros da Stock alinhados no grid para prova em ruas do distrito industrial de Ribeirão Preto

O contrato previa investimentos em publicidade para divulgar a cidade durante a prova, em espaços como camarotes, placas e bandeiras no circuito, além do guia impresso e do site do evento.

SEM COMPROVAÇÃO

Segundo relatório da CGU (Controladoria-Geral da União), que também investigou o contrato, a prefeitura não apresentou documentos que comprovassem a utilização de R$ 222 mil em serviços previstos como contrapartida pelo município.

Tanto a CGU quanto o Ministério do Turismo reprovaram a prestação de contas por que a prefeitura não apresentou notas fiscais dos gastos, apenas recibos.

Os órgãos federais também contestam que o dinheiro pago pela prefeitura à CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo) foi repassado à Vicar, empresa que realiza a competição.

Em 2010 a prefeitura assinou um contrato com a CBA para cinco edições da prova.

Pelo acordo, a prefeitura pagou R$ 7 milhões à confederação. Neste ano será realizada a última edição prevista. A renovação será negociada no segundo semestre.


Endereço da página: