Folha de S. Paulo


Proibição da pesca pode ser prorrogada na Bacia do Paraná

Uma reunião nesta terça-feira (18) na sede do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) de Pirassununga (211 km de São Paulo) vai discutir a possibilidade de se prorrogar a proibição da pesca nos rios da Bacia do Paraná durante a piracema.

Até o final deste mês ocorre o fenômeno, que é quando os peixes sobem os rios para a desova e se reproduzir.

Segundo Paulo Finotti, vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo e presidente da Soderma (Sociedade da Defesa Regional do Meio Ambiente), esse ciclo foi dificultado por causa da falta de chuvas.

Ele afirmou que algumas espécies de peixes podem ter tido problemas para subir até a nascente para desovar.

"Com a estiagem, muitos peixes não conseguiram subir os rios pois, com menos água, falta oxigênio e alimento. A situação está muito precária e essa seca favorece a pesca predatória. É preciso proibir [a pesca] para que a mortandade seja a menor possível", disse Finotti.

A Bacia do Paraná é de grande importância para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste porque, além de servir para abastecer cidades e áreas agrícolas, também serve para o transporte e contribui para a geração de energia, já que abastece a usina hidrelétrica de Itaipu.

Os principais rios da bacia são o Tietê, Ivaí, Paranaíba, Iguaçu, Grande, Pardo, Amambaí, Aporé, Verde, Dourados, Sucuriú, Piquiri e Paranapanema.

Finotti disse à Folha que se nenhuma providência for tomada, esses rios podem perder uma grande quantidade de peixes, o que no futuro, vai prejudicar o trabalho de pescadores profissionais.

A piracema começou em novembro e termina no final deste mês.

Edson Silva - 11.fev.2014/Folhapress
Rio Pardo atingiu em Ribeirão Preto sua menor vazão para fevereiro desde o ano de 1971
Rio Pardo atingiu em Ribeirão Preto sua menor vazão para fevereiro desde o ano de 1971

SEGURO

Finotti disse ainda que a prorrogação da proibição é necessária para garantir que pescadores que vivem dessa atividade possam continuar recebendo o seguro do governo federal, previsto para assistir financeiramente famílias que vivem exclusivamente da pesca durante esse período reprodutivo dos peixes.

Ele afirmou que, a princípio, o período de proibição da pesca pode ser estendido até o final de março ou início de abril.

Com a falta de chuvas que atinge a região desde o início do ano, o rio Pardo atingiu em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) sua menor vazão para fevereiro desde o ano de 1971.

A estiagem provocou ainda racionamento de água em várias cidades.


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