Folha de S. Paulo


Cresce nº de mortes em rodovias da região de Ribeirão Preto (SP)

Na contramão da capital e do Estado, a região de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) registrou aumento no número de mortes em acidentes em rodovias em 2013 –mesmo após um ano da lei seca ter ficado mais rígida.

Dados da Polícia Rodoviária apontam que a quantidade de vítimas fatais subiu 6% na região de Ribeirão: foram 130 mortes, ante 123 registradas nos 12 meses de 2012.

A área de abrangência da estatística da polícia na região corresponde a 1.662 quilômetros, em 18 rodovias e acessos que passam por 44 municípios.

Entre as principais vias estão Anhanguera, Candido Portinari, Antônio Machado de Santana, Engenheiro Renan Rocha e Altino Arantes.

Edson Silva - 18.abr.2013/Folhapress
Acidente com caminhões na rodovia Anhanguera provocou uma morte em Ribeirão Preto e contribuiu com alta de 6% no ano
Acidente com caminhões na rodovia Anhanguera provocou uma morte em Ribeirão Preto e contribuiu com alta de 6% no ano

Na cidade de São Paulo, o número de mortes caiu 17% depois da nova lei seca. De janeiro a novembro de 2013, foram registradas 498 mortes, ante 601 do ano anterior.

No Estado, a redução foi de 9,6%. O número passou de 4.317 para 3.902.

A nova lei seca entrou em vigor em 21 de dezembro de 2012 e elevou a multa por embriaguez de R$ 957,70 para R$ 1.915,40 –valor que dobra na reincidência.

Também tornou válidos novos meios, além do bafômetro, para provar a ingestão de álcool, como testes clínicos, testemunhos e até gravações em vídeo.

FOCO

O tenente Cláudio Ferreira da Silva, comandante interino da Polícia Militar Rodoviária (4ª Companhia), diz que a polícia tem direcionado a fiscalização para diminuir os índices de acidentes.

O foco está nas infrações que mais causam mortes nas estradas. Em 2013, as multas aumentaram 78%, para 2.007.

De acordo com ele, a medida surtiu efeito, já que o número de acidentes caiu no ano passado. Conforme a polícia, foram 4.039, ante 4.737 em 2012 –queda de 15%.

Silva relacionou a redução ao maior rigor nas fiscalizações da polícia e à nova lei seca, que ficou mais rígida. Ele não soube dizer qual o motivo de os acidentes terem diminuído e o número de mortes, aumentado.

Presidente da Comissão de Estudos de Trânsito da OAB de Ribeirão Preto, o advogado Rodrigo Paschoalotto Geraldo afirma que o total de mortes nas estradas se deve ao baixo número de campanhas de conscientização.

"Tem que educar as pessoas. A conscientização no Brasil ainda é precária. Precisa envolver autoescolas, mexer com o motorista. Para renovar a CNH [carteira nacional de habilitação], não se faz um cursinho."


Endereço da página:

Links no texto: