Folha de S. Paulo


Prefeita de Ribeirão Preto adia 2 novos terminais de ônibus

A prefeita de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), Dárcy Vera (PSD), decidiu adiar a construção de dois terminais de ônibus na região central da cidade, descumprindo contrato assinado com o consórcio Pró-Urbano, responsável pelo transporte.

O adiamento das obras, que deveriam ser feitas pelo consórcio, foi informado nesta sexta-feira (10) pela prefeita, durante reunião com representantes das secretarias e autarquias envolvidas.

"Até o final de 2014 quero os terminais prontos, além de quatro terminais em bairros", disse Dárcy.

Conforme o contrato, os terminais da avenida Jerônimo Gonçalves e da praça das Bandeiras deveriam ficar prontos até maio.

Entretanto, nenhuma obra começou a ser feita, como a Folha revelou em dezembro. No mês passado, ainda segundo o contrato, as obras deveriam ter sido iniciadas.

A prefeitura nega que o contrato esteja sendo descumprido, já Dárcy prega "agilidade" nas obras.

Além de adiar as obras, o governo não cobrou a multa diária prevista no contrato, de R$ 3.000 por atraso nos investimentos exigidos.

"A aplicação da multa está sendo discutida no âmbito administrativo. Estamos avaliando a real necessidade de penalização", afirmou o superintendente da Transerp (empresa de trânsito e transporte), William Latuf.

Silva Junior/Folhapress
Passageiros aguardam ônibus em ponto na rua Cerqueira Cezar, na região central de Ribeirão Preto
Passageiros aguardam ônibus em ponto na rua Cerqueira Cezar, na região central de Ribeirão Preto

Na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Transporte Público, liderada pela oposição, Latuf afirmou que o consórcio descumpriu 17 itens do contrato.

Segundo o relator da CPI, o vereador Marcos Papa (PV), o valor da multa a ser cobrado é de cerca de R$ 1,7 milhão. A prefeitura, no entanto, tenta buscar aval do Ministério Público para tomar as decisões administrativas.

De acordo com Dárcy, a decisão deverá ser tomada depois de uma reunião com o promotor Sebastião Sérgio da Silveira, que pediu à prefeita um cronograma de implantação dos pontos do contrato.

Procurado pela Folha, Silveira disse que não concorda com o adiamento das obras. "O não atraso era uma das condições que eu havia imposto para que pudéssemos chegar a um acordo."

Silveira afirmou que irá aguardar a reunião com a prefeitura e o consórcio, na semana que vem, para decidir o que será feito. O consórcio foi procurado, via assessoria, mas ninguém respondeu.


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