A mãe da menina Íris Cardoso, 8, negou nesta sexta-feira (10) envolvimento na morte da filha. Ana Paula Milani, 36, foi ouvida pela Polícia Civil de Mococa (262 km de São Paulo) pela primeira vez desde que teve a prisão temporária decretada –no último domingo (5).
De acordo com o delegado Wanderley Fernandes Martins Júnior, que comanda as investigações, ela disse que viu a filha pela última vez na noite de sexta-feira (3) e só soube que a criança estava morta quando foi avisada pelos vizinhos na manhã do dia seguinte.
Ana Paula e o padrasto de Íris, Sebastião Carlos Rodrigues, 27, são considerados pela polícia os principais suspeitos no assassinato da criança.
A menina foi encontrada morta em um terreno baldio próximo de casa. Ela foi atingida por três facadas no pulmão, segundo necropsia, mas estava com o corpo e com as roupas limpas quando foi achada.
A suspeita é de que o autor do crime lavou o corpo da menina antes de abandoná-lo.
O depoimento durou cerca de cinco horas. Ela disse ainda, conforme o delegado, desconhecer a existência de sangue pela casa.
A perícia encontrou roupa de cama e toalhas com supostas manchas de sangue. Uma perícia indicou manchas no chão do quarto de Íris e na pia do banheiro.
Ana Paula também negou que o companheiro fosse um homem violento. Ela disse no depoimento, afirmou o delegado, que ocorriam apenas brigas ocasionais e que ele nunca chegou a ameaçar seus filhos.
Depoimentos colhidos pela polícia na última semana apontam, no entanto, um histórico de violência entre o casal. Segundo o delegado, as três filhas que moravam com os dois, incluindo Íris, não gostavam da presença do padrasto e já haviam manifestado a intenção de sair de casa a parentes e amigos.
Durante sua permanência na delegacia de Mococa, Ana Paula recebeu a visita rápida da mãe Maria Luiza. Nenhum dos filhos compareceu ao local, de acordo com a Polícia Civil.
A mãe de Íris voltou para a cadeia pública de Tambaú (255 km de São Paulo) no final da tarde desta sexta-feira (10). Ela está em uma cela isolada das outras presas.
Segundo o diretor da cadeia, José Guilherme Torrens de Camargo, o isolamento é uma determinação da prisão temporária.
Já o padrasto está na cadeia pública de Casa Branca (229 km de São Paulo). Ele deve ser ouvido na semana que vem pela polícia de Mococa.