Folha de S. Paulo


Padrasto de Joaquim será transferido para penitenciária de Tremembé (SP)

O técnico em informática Guilherme Raymo Longo, 28, suspeito de ter matado o enteado Joaquim Ponte Marques, 3, em novembro do ano passado, será transferido para a penitenciária de Tremembé (147 km de São Paulo) até a quarta-feira (8).

A informação é do advogado dele, Antônio Carlos de Oliveira. Nesta segunda-feira (6), ele foi transferido da Delegacia Seccional de Barretos (423 km de São Paulo) para o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).

No complexo penitenciário de Tremembé estão presos o casal Nardoni –Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni–, condenados pela morte da menina Isabella, e Suzane Von Richthofen, condenada pela morte dos pais.

A mãe de Joaquim, a psicóloga Natália Mingoni Ponte, 29, ainda está presa na cadeia feminina de Franca (400 km de São Paulo). Ambos estiveram nesta segunda na DIG (Delegacia de Investigações Gerais) para procedimentos oficiais.

O casal teve a prisão preventiva decretada no sábado (4). Longo foi indiciado pelo Ministério Público por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Ele é suspeito de ter matado Joaquim com superdosagem de insulina durante a noite e depois, ter jogado o corpo da criança no córrego Tanquinho, localizado a cerca de 200 metros da casa em que a família morava, no Jardim Independência.

Antônio Carlos de Oliveira afirmou que deverá entrar com pedido de habeas corpus para liberar Longo sob alegação de falta de provas. Ele afirmou ainda que deverá pedir à Justiça que Longo fique preso na região de Ribeirão.

"É direito dele ficar perto da residência da família", afirmou.

Já Natália foi indiciada por omissão. Ela ficou presa temporariamente por um mês na cadeia pública feminina de Franca (400 km de São Paulo), conseguiu um habeas corpus, mas voltou para a cadeia no sábado.

Nathan Castelo Branco, novo advogado de Natália, afirmou que ajuizou no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) um pedido de habeas corpus para que ela possa responder a denúncia em liberdade.

"O TJ já havia concedido a liberdade a ela uma vez", disse. Ainda segundo ele, a denúncia da Promotoria é equivocada. "Para que ela seja omissa tem de querer ou assumir o risco do resultado. Neste caso, ela nunca quis a morte do filho e no momento [do crime], estava dormindo", afirmou.

Segundo o advogado, Natália não esperava que fosse ter a prisão preventiva decretada e está bastante abalada com a decisão judicial. De acordo com Branco, Natália, que tem um filho de cinco meses com Longo, não conseguiu ter um momento de luto por Joaquim.

Branco afirmou ainda que ela não manteve contato mais com o marido, nem por carta, depois da prisão temporária do casal em novembro.


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