Folha de S. Paulo


Antiga estação ferroviária central é abrigo para usuários de droga em Bauru

A situação de abandono da memória ferroviária não é uma característica somente da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro.

A cidade de Bauru (329 km de São Paulo), que já abrigou uma das maiores estações ferroviárias do Estado, hoje tem o prédio também abandonado.

Inaugurada em 1939, a Estação Central chegou a contar com três plataformas de embarque. Teve 28 trens, das companhias Paulista, Noroeste e Sorocabana, circulando diariamente para diversos destinos.

Atualmente, o prédio serve de esconderijo para usuários de crack e abrigo para moradores de rua.

Mesmo com o abandono, a prefeitura realiza eventos culturais na área externa do local ocasionalmente, como um passeio dominical de Maria Fumaça.

A administração alega que em abril irá iniciar a reforma do espaço, que deverá abrigar as Secretarias da Educação e Saúde.

O investimento será de pelo menos R$ 8 milhões –a prefeitura busca recursos junto ao governo federal para bancar os gastos.

O prédio imponente no centro da cidade faz parte de um conjunto que conta com mais outras quatro estações. Todos os prédios foram tombados pelo Codepac (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Bauru).

Na zona urbana, a estação Sorocabana foi adquirida em 2006 pela iniciativa privada e aguarda a reforma prometida. Já a Estação Paulista abriga o Museu da Imagem do Som.

As duas estações que ficam na zona rural estão em estado de calamidade.

Os prédios foram assunto da última sessão da Câmara do ano, quando os vereadores cobraram as restaurações dos locais com o uso de dinheiro da iniciativa privada.


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