Folha de S. Paulo


Prefeitura de Ribeirão Preto não paga férias a 3.260 funcionários

A Prefeitura de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) não fez o pagamento referente às férias, o equivalente a um terço do salário, a 3.260 servidores públicos. O motivo é a falta de dinheiro no caixa da administração, que enfrenta grave crise financeira.

O benefício deveria ter sido pago aos funcionários, que estão de férias neste mês, até o dia 31 de dezembro.

"O trabalhador faz seus serviços durante o ano todo e no momento de curtir suas férias com sua família recebe um calote", afirmou, por meio de nota, o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Wagner Rodrigues.

Nesta quinta-feira (2), ele se reuniu com o secretário da Administração, Marco Antônio dos Santos, e deu prazo para a prefeitura acertar o pagamento até o próximo dia 8.

Edson Silva - 25.set.13/Folhapress
A prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PSD)
A prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PSD)

Caso não seja efetuado, ele afirmou que o sindicato irá entrar com ação de improbidade administrativa contra a prefeita Dárcy Vera (PSD).

À Folha Rodrigues afirmou que, entre os motivos citados pelo secretário para o não pagamento, está o atraso no recebimento de receitas como IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e ISS (Imposto sobre Serviço).

A prefeitura reconheceu o problema, mas alegou que o número de pedidos de férias superou a previsão feita pela administração e que o pagamento será feito a todos os servidores municipais entre os dias 6 e 10.

No ano passado, no entanto, aproximadamente 3.000 professores da rede municipal fizeram o pedido de férias para esta época do ano e tiveram o mesmo problema.

"Nós sabemos que não é isso [excesso de pedidos]. Quebraram a prefeitura, essa é a situação", disse.

DATA FIXA

O vice-presidente do sindicato, Laerte Augusto, disse que os servidores, principalmente os da educação, estão revoltados com a situação, por serem obrigados a sair de férias neste mês anualmente, para coincidir com o período de descanso dos alunos.

O funcionalismo também está manifestando a indignação em grupos de discussão em redes sociais.

Mas, mais do que críticas, uma entidade de classe afirma que vai à Justiça para exigir indenização da prefeitura pelo não pagamento na data determinada pela legislação trabalhista.


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